Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman Sachs, disse que o salto do PIB em dólares se deve à valorização do real frente à moeda norte-americana.A taxa de câmbio média passou de 2,34 em 2005 para 2,14 no ano passado, ele afirmou."Isto é positivo. Quer dizer que o poder de compra dos brasileiros aumentou no ano passado", disse.Desde o início do governo do Presidente Lula, em 2002, o país dobrou o tamanho de sua economia em dólares, e se mantém à frente de Índia e Rússia, que, junto com a China e o Brasil, formam o chamado grupo dos BRIC.
Por ser o Brasil, entre estes, o país que menos cresce, o governo brasileiro está sob pressão para elevar o ritmo do crescimento econômico do país.Mas a taxa de crescimento perseguida, de 5% ao ano, não é consenso entre os analistas, que preferem apostar em cerca de 3,5% nos próximos dois anos.O Goldman Sachs estima que o crescimento brasileiro nesta década – entre 2000 e 2010 – será em média 3,1%, que Jim O’Neill avalia como "um bom resultado".
"O Brasil não precisa crescer tanto quanto os outros, à diferença do que muita gente estranhamente crê", afirma o economista-chefe. "O Brasil se encontra em um estágio mais avançado."Se mantiver o crescimento a uma média de 3,5% ao ano, o país ainda se manteria entre os BRIC no horizonte dos próximos 30 anos.Juntas, as economias dos BRIC superariam as dos sete países mais ricos do mundo em 2050. O Brasil estaria na 5ª ou 6ª posição, de acordo com as pesquisas do Goldman Sachs.
Jim O'Neill, do Goldman Sachs, acredita que a crítica a Lula é "injusta". Ele lembrou que, nos quatro anos do governo Lula, o país teve um desempenho melhor que a dinâmica Coréia do Sul.
"As pessoas subestimam um dado muito importante: Lula presidiu por quatro anos um país que não viveu nenhuma crise. É notável."
"Mas as pessoas dão muito pouco crédito a isso."
Do Blog:
A taxa média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, do Governo FHC, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.