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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Prefeito mineiro é cassado em plena folia de carnaval


Em plena noite de segunda-feira de carnaval, a população de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, parou para ver um enredo diferente. Em vez de sacolejar ao som do samba de uma escola carioca, lotou a praça principal da cidade para acompanhar a cassação do prefeito Soelson Barbosa de Araújo (PTB). A reunião na Câmara Municipal começou às 20h e varou a noite. Eram 40 minutos da terça-feira gorda quando o afastamento de Araújo, por seis votos a zero, foi anunciado e o presidente da Câmara, José Luiz de Souza (PSDB), deu posse ao sucessor, o vice-prefeito João Macedo Godinho (PMDB).

A incomum reunião da Câmara numa noite de folia foi necessária porque venceria nesta terça-feira o prazo de 90 dias de que a comissão processante dispunha para julgar o prefeito. Mas já havia sinais de que a carreira política de Araújo estava próxima da quarta-feira de cinzas. Dias atrás ele chegou a ser preso por causa de um processo judicial por irregularidades administrativas. Foi cassado judicialmente em decorrência de infrações cometidas na primeira vez que comandou a prefeitura, de 1993 a 1996, mas manteve-se no cargo graças a um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A cassação de terça-feira foi provocada por irregularidades na construção de uma praça e de uma rua em Turmalina, município de 17 mil habitantes, a cerca de 500 quilômetros a Nordeste de Belo Horizonte. Segundo o presidente da Câmara, Araújo contratou, por meio de licitação, uma empreiteira para realizar as obras. No entanto, a construção foi feita por máquinas e por funcionários da prefeitura. A empreiteira, no entanto, recebeu o pagamento pelo serviço.

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