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sábado, 28 de fevereiro de 2009
Deputado tucano teme que população perceba a tentativa de reeditar o movimento CANSEI
O deputado tucano Gustavo Fruet (PSDB-PR) que articula junto à Fernando Gabeira (PV-RJ) uma Frente Parlamentar Anticorrupção Seletiva, em ato falho, na entrevista ao Terra Magazine, dá sinais de sentir um cheiro de queimado antes mesmo do "movimento" começar.
- Será uma pena se, com o tempo, novamente cair tudo na vala comum - diz Fruet.
Numa espantosa confissão de intercâmbio de pauta entre os paralmentares e a mídia, o deputado deixou escapar que o objetivo é "não deixar esfriar as declarações do senador Jarbas Vasconcelos, feitas à revista Veja".
O próprio deputado diz:
- O risco é a desqualificação. A crítica sempre vai existir, e eu posso dizer que, num processo desses, não se pode ter ingenuidade - observa Fruet.
O deputado tem razão. O último surto de moralismo seletivo (onde a corrupção demo-tucana é sempre protegida) foi o movimento CANSEI, também lançado pela revista Veja.
Agora se repete, com os mesmos vícios e defeitos: um movimento elitista, preconceituoso contra programas sociais ao tratar o bolsa-família como compra de votos, e trambiqueiro, pois se limita a querer reabilitar velhos corruptos do governo demo-tucano passado e que hoje estão desalojados do poder federal.
Fruet já disse que o objetivo não é dar nomes aos bois ... mas sem dar nomes aos bois, não passa de conversa de CANSADOS pra boi dormir.
Esse pseudo-moralismo sempre passa longe da porta do Ministério Público e da Polícia Federal, se limitando a manchetes espalhafatosas que acabam em pizza passadas eleições. Sem dar nomes, nem fatos, não engana mais ninguém.
A falta de caráter e oportunismo é tão grande, que uma vitória dos trabalhadores de Furnas, que vetaram a troca da direção do Fundo de pensão dos funcionários pleiteada pelo PMDB, veto acatado pelo presidente Lula, eles querem faturar como se fosse consequencia das "denúncias" de Jarbas. É risível.
Voltando ao Gabeira, se ele quer combater a corrupção precisa explicar seus contenciosos:
- Por que o cunhado de Daniel Dantas (marido de Verônica Dantas), e advogado do Opportunity, financia suas campanhas eleitorais?
- Por que ele, como um dos mais importantes líderes de seu partido, concordou com a expulsão daqueles membros que denunciaram a corrupção nas contas do partido?
- Por que nunca explicou na prestação de contas os pagamentos por serviços que não foram prestados. Talvez com o objetivo de dar cobertura a outra destinação com recursos de sobras de doações eleitorais?
- Por que na CPMI dos sanguessuga votou contra a convocação de Abel Pereira e do tucano Barjas Negri, num claro seletivismo de proteção à corrupção tucana?
- Por que não lê a entrevista de Protógenes Queirós sobre os títulos da dívida do banco BNP Paribas, em uma negociata aprovada pelo então Ministro da Fazenda FHC, e pelo então diretor do BACEN Armínio Fraga, seu principal assessor econômico na última campanha municipal no Rio de Janeiro?
A lista é longa, mas, para piorar, Gabeira começou mal em sua "cruzada contra a corrupção", buscando apoio no ex-governador tucano Marcelo Allencar em Itaipava/RJ.
Allencar é processado pelo MP por improbidade administrativa, privatizou o metrô para Daniel Dantas, no apagar das luzes de seu governo a empresa de água CEDAE só não foi privatizada porque estourou o escândalo com gravações de compra de deputados na Assembléia para aprovar a venda da companhia.
Será que Gabeira conversou em Itaipava com Marcelo Allencar sobre essa histórinha de 1998 (vejam se vocês identificam alguma semelhança com aquilo que viria a ser chamado mais tarde de mensalão):
Deputados devem ser cassados
Alerj cria CPI para investigar denúncias de suborno
Rio - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) inicia segunda-feira os processos para cassar os mandatos dos deputados Aluízio de Castro (PPB) e José Amorim (PPB), acusados de tentar comprar votos de quatro parlamentares da Casa. Na terça-feira, o plenário da Alerj criará uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar. O deputado Henry Charles (PMDB), que presidirá a CPI, pedirá a quebra do sigilo telefônico e bancário dos suspeitos, entre eles o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Alencar, filho do governador Marcello Alencar (PSDB). As duas comissões funcionarão mesmo no recesso, que começa no dia 15.
O presidente da CCJ, Paulo Melo (PSDB), afirmou que o processo levará 20 dias antes de ir para o plenário. A CPI poderá levar mais tempo, segundo Charles, mas acabará antes do fim de janeiro. O presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Cabral Filho (PSDB), mandou ao Ministério Público (MP) as fitas com as conversas em que as ofertas de suborno foram feitas e pediu a abertura de inquéritos civil e criminal.
Segundo as denúncias, os votos contra um projeto que impede a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) custariam até US$ 70 mil. Ele afirmou que convocará a Casa no recesso para votar o parecer da CCJ sobre a cassação dos dois parlamentares, que não se reelegeram. Se forem cassados, perderão os direitos políticos por oito anos.
Um dos pontos a esclarecer é uma denúncia que foi encaminhada pelo deputado Francisco Velloso (PSDB): o dinheiro para pagamento da propina sairia de uma agência do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) localizada nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal no Caribe. Charles disse que também serão investigadas outras propostas de suborno supostamente ocorridas na Assembléia. Uma delas é a de que ele teria recebido R$ 300 mil pelo voto nas eleições para a presidência da Casa.
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No dia anterior, a Assembléia derrubou, por 57 votos a 7, o veto do governador ao projeto de lei que retira a Cedae do Programa Estadual de Desestatização.
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