Valverde: “dossiê compromete Serra e essa CPI não investiga para favorecer Alckmin”
Após participar do adiamento da convocação de Barjas Negri e Abel Pereira na CPI das Sanguessugas, o deputado Fernando Gabeira foi questionado pelo deputado Eduardo Valverde sobre a “hipocrisia” da decisão. Sem conseguir dizer que o conjunto de documentos recebidos pela CPI não incriminam os tucanos, Gabeira decretou: “não existe esse dossiê”.
Valverde: “dossiê compromete Serra e essa CPI não investiga para favorecer Alckmin”
A reunião administrativa da CPMI dos Sanguessugas para votar mais de 200 requerimentos de convocação e quebra de sigilos de uma série de envolvidos com a máfia das ambulâncias foi adiada da última quarta-feira (04) para a próxima terça-feira (10). Entre os possíveis convocados estão o ex-ministro da Saúde, Barjas Negri, e Abel Pereira, empresário de Piracicaba acusado pelos Vedoin de ser o operador do ministro junto aos sanguessugas.
Após o cancelamento da reunião, por falta de quorum, ocorreu um intenso debate entre o deputado Eduardo Valverde (PT/RO) – autor de um requerimento para a convocação de José Serra e Barjas Negri - e Fernando Gabeira (PV/RJ). Valverde acusou integrantes da comissão de estarem agindo em favor dos tucanos ao tentar abafar as investigações. “O empresário Abel Pereira buscou comprar por R$ 20 milhões o silêncio de Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam. O que teria esse dossiê? Por que é tão caro?”, questionou Valverde, logo emendando a resposta: “Tenho informações de que esse dossiê compromete inteiramente o José Serra, mas hipocritamente esta CPI não investiga isso. Esta CPI tem um lado, defender a candidatura de Alckmin à Presidência da República”.
O deputado Fernando Gabeira se apressou em dizer que não havia dossiê nenhum que incriminasse o tucano Barjas Negri. Anteriormente, ele já havia ansiosamente absolvido o tucano Antero Paes de Barros. Para Gabeira, que quer protelar os depoimentos do ex-ministro e de Abel, o dossiê contém apenas provas de que todo o esquema de venda superfaturada de ambulâncias começou na gestão de José Serra no Ministério da Saúde. O material em questão é o que foi apreendido pela Polícia Federal durante a transação entre os donos da Planam e os petistas Gedimar Passos, Oswaldo Bargas, Expedito Veloso, Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda, que respondem a inquérito na PF.
Na opinião da deputada Vanessa Grazziotin (PcdoB/AM), as denúncias dos donos da Planam contra Barjas Negri demonstram que “parece que estamos encontrando o fio da meada (na CPMI)”.
Após adiar os processos investigatórios, a CPMI decidiu se concentrar em acompanhar as apurações da Polícia Federal sobre a compra do dossiê e encaminhou uma delegação de deputados para o Mato Grosso.
Renata F.
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