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A consultoria projetou quatro cenários para o setor, sendo que mais de 90% dos entrevistados - representantes da cadeia, governo e universidades - acredita em uma das seguintes hipóteses: crescimento da produção dentro da média e da exportação acima (totalizando quase 5 bilhões de quilos) ou aumento da produção e consumo externos acima da média (10 bilhões de quilos). A OCB espera um quarto cenário, acima da média, mas ancorado na agricultura familiar. A estimativa da instituição é que hoje, 75% dos cooperados estejam dentro deste perfil. O presidente da instituição, Márcio Lopes de Freitas, diz que para virar realidade, o setor deve investir em capacitação e em aumento da comercialização em bloco. Neste cenário, a diferença na participação total da produção entre o Sul e o Sudeste diminuiria. Hoje, 38,8% da produção sai do Sudeste e 26,6% do Sul. Em 2020, poderia ser 32% e 30%, respectivamente, pois os estados sulinas é que concentram a maior parte dos pequenos produtores.
Independentemente dos cenários, as perspectivas para os próximos anos mostram que as exportações brasileiras vão crescer. No ano passado, o País comercializou com o exterior US$ 299 milhões ou 80% a mais que em 2006. Para este ano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) espera que as receitas somem entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões. O presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da CNA, Rodrigo Alvim, explica que se aumento é possível porque o consumo mundial tem crescido a uma taxa de 3,5% ao ano e entre os grandes produtores (o Brasil é o sexto) não há expectativa de aumento da capacidade de produção como no Brasil.
As projeções da Agripoint mostram que a produtividade média brasileira poderia aumentar, pois hoje está na ordem de 1,2 mil quilos por vaca. A estimativa mais otimista mostra 2,5 mil quilos por vaca em 2020. "A produção do leite em algumas importantes regiões no mundo não crescem ou diminuem. E o consumo cresce", afirma Alvim. Ele lembra também que o Brasil, o Uruguai e a Argentina podem abocanhar mercados hoje abastecidos pela Europa. Na avaliação da CNA, como os europeus reduziram os subsídios à produção, a tendência é que passem a se auto-abastecer, diminuindo o volume exportável. Hoje, os principais mercados dos europeus são o Oriente Médio, África e Ásia.
Freitas acrescenta que o Brasil tem competitividade e que o setor leiteiro precisa aprender com outros segmentos do agronegócio a ampliar os seus mercados. Segundo ele, um potencial excedente da ordem de 10 bilhões de quilos - ou 20% da produção - não será um problema para o setor no sentido de poder derrubar os preços da atividade. De acordo com o presidente da OCB, os cenários são cautelosos, por exemplo, nos índices de crescimento do mercado interno. Atualmente, o consumo per capita é de 138, quando o recomendado pelas Nações Unidas é de 180 e, em alguns países da Europa chega a 300. Em todas as quatro projeções, o máximo de consumo per capita do Brasil seria de 190.
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