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quarta-feira, 5 de março de 2008

Brasil será grande exportador em 2020

O Brasil poderá estar entre os cinco primeiros exportadores de leite do mundo em 2020, segundo cenário projetado pela Agripoint, em um estudo encomendado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Com isso, o volume comercializado com o exterior, que atualmente está na faixa de 2,5% da produção brasileira poderá chegar até a 20% ou 10 bilhões de quilos. Atualmente, os principais exportadores mundiais de lácteos são a Nova Zelândia, Austrália e a União Européia.

A consultoria projetou quatro cenários para o setor, sendo que mais de 90% dos entrevistados - representantes da cadeia, governo e universidades - acredita em uma das seguintes hipóteses: crescimento da produção dentro da média e da exportação acima (totalizando quase 5 bilhões de quilos) ou aumento da produção e consumo externos acima da média (10 bilhões de quilos). A OCB espera um quarto cenário, acima da média, mas ancorado na agricultura familiar. A estimativa da instituição é que hoje, 75% dos cooperados estejam dentro deste perfil. O presidente da instituição, Márcio Lopes de Freitas, diz que para virar realidade, o setor deve investir em capacitação e em aumento da comercialização em bloco. Neste cenário, a diferença na participação total da produção entre o Sul e o Sudeste diminuiria. Hoje, 38,8% da produção sai do Sudeste e 26,6% do Sul. Em 2020, poderia ser 32% e 30%, respectivamente, pois os estados sulinas é que concentram a maior parte dos pequenos produtores.

Independentemente dos cenários, as perspectivas para os próximos anos mostram que as exportações brasileiras vão crescer. No ano passado, o País comercializou com o exterior US$ 299 milhões ou 80% a mais que em 2006. Para este ano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) espera que as receitas somem entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões. O presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da CNA, Rodrigo Alvim, explica que se aumento é possível porque o consumo mundial tem crescido a uma taxa de 3,5% ao ano e entre os grandes produtores (o Brasil é o sexto) não há expectativa de aumento da capacidade de produção como no Brasil.

As projeções da Agripoint mostram que a produtividade média brasileira poderia aumentar, pois hoje está na ordem de 1,2 mil quilos por vaca. A estimativa mais otimista mostra 2,5 mil quilos por vaca em 2020. "A produção do leite em algumas importantes regiões no mundo não crescem ou diminuem. E o consumo cresce", afirma Alvim. Ele lembra também que o Brasil, o Uruguai e a Argentina podem abocanhar mercados hoje abastecidos pela Europa. Na avaliação da CNA, como os europeus reduziram os subsídios à produção, a tendência é que passem a se auto-abastecer, diminuindo o volume exportável. Hoje, os principais mercados dos europeus são o Oriente Médio, África e Ásia.

Freitas acrescenta que o Brasil tem competitividade e que o setor leiteiro precisa aprender com outros segmentos do agronegócio a ampliar os seus mercados. Segundo ele, um potencial excedente da ordem de 10 bilhões de quilos - ou 20% da produção - não será um problema para o setor no sentido de poder derrubar os preços da atividade. De acordo com o presidente da OCB, os cenários são cautelosos, por exemplo, nos índices de crescimento do mercado interno. Atualmente, o consumo per capita é de 138, quando o recomendado pelas Nações Unidas é de 180 e, em alguns países da Europa chega a 300. Em todas as quatro projeções, o máximo de consumo per capita do Brasil seria de 190.

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