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sexta-feira, 11 de julho de 2025

O bananinha virou abacaxi para a direita

 

Dudu Bolsonaro conspira contra o Brasil e delira, ao supor que pode encurralar o STF com ajuda do Trump


Eduardo Bolsonaro flopou. Do inglês flop, verbo que virou modinha nas redes. Em bom português, fracassou. E isso era esperado. A inteligência nunca foi o forte desse deputado federal, o mais votado da história do país. Ele foi o principal articulador da bizarra chantagem de Trump contra o Brasil.

Licenciado nos EUA para escapar a investigações e fazer lobby pelo pai, Dudu agora precisa justificar para os bolsonaristas seu tiro de fuzil no pé da direita.

De “bananinha”, um apelido simpático e carinhoso, explicado por sua personalidade divertida e pela extrema lealdade ao pai, Dudu virou um abacaxi. Para a família Bolsonaro, para os candidatos de Bolsonaro nas próximas eleições e para os apoiadores de Bolsonaro, que se sentem patriotários.

Os bolsonaristas não votaram no Trump. Querem um Brasil com s, soberano, e não pretendem adotar a bandeira americana. Não querem perder empregos nem prejudicar o agronegócio ou nossas empresas.

Há quem diga que a carta de Trump a Lula é tão tosca que deve ter sido escrita por Dudu. O deputado faz parte de uma turma que não aprendeu direito o inglês quando fritava hambúrguer nos EUA. E esqueceu o português. Chegou a tuitar uma vez “fundo do posso” em vez de “poço”.

O terceiro filho de Bolsonaro se gaba de ter informações privilegiadas de Trump. “O que posso dizer é que esta (a tarifa de 50%) não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo”. O que o bananinha está tramando junto com Trump e seus ideólogos da ultradireita?

Seja o que for, Dudu está sendo “muy amigo” dos bolsonaristas ao unir o Brasil contra a chantagem de Trump. Até o Elon Musk sabe que quem tem amigos como o Trump não precisa de inimigos. Dudu conspira publicamente contra o Brasil, e isso não ajuda os políticos que vestiram o boné MAGA, Make America Great Again.

Uma saia justa para quem um dia sonhou em se tornar embaixador do Brasil nos EUA. Ou alguém esqueceu a campanha do pai coruja? Jair dizia que Dudu seria um “grande embaixador”. Na visita de puxa-saquismo a Trump no primeiro mandato, botou o filho no Salão Oval, em vez do chanceler, por ser “conhecedor das relações internacionais”.

Dudu cometia declarações do tipo: “São bombas nucleares que garantem a paz. Se nós já tivéssemos os submarinos nucleares finalizados, que têm uma economia muito maior dentro d'água, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia”. Por Trump também?

Por ser advogado e policial, Dudu também é especialista em segurança pública. Defende para a população “acesso às armas, para que amanhã a gente aqui não fique sob os desmandos de um governo autoritário”.

Desistiu da indicação do pai para a embaixada em Washington. Mas delira, ao supor que pode encurralar o STF e Lula com ajuda do Trump.

Se Lula fosse fã de Napoleão, seguiria sua máxima: “Nunca interrompa um inimigo enquanto ele estiver cometendo um erro”.

Por mais que Lula erre  a turma do Bolsonaro consegue errar bem mais ao ameaçar a soberania do Brasil. O maior radical livre está nos EUA, ajudando a afundar a direita brasileira nas próximas eleições.

Parafraseando o estrategista de Bill Clinton em 1992 (it’s the economy, stupid), agora “é a política, estúpido”.


Uma hora a conta chega, como disse o deputado. E, devido a sua prestimosa contribuição, Eduardo, a conta vai chegar para a direita, não para a esquerda.  — Ruth de Aquino, em o Globo — 

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