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sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Milagre. Vai nevar no sertão: TSE concede direito de resposta a Lula


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu, ontem, por unanimidade, direito de resposta ao Presidente Lula pelo fato de a campanha do tucano Geraldo Alckmin o ter acusado pessoalmente de não revelar de onde veio o dinheiro para a suposta compra do dossiê Vedoin. Lula terá dois minutos do tempo de Alckmin para responder à acusação na TV e no rádio.

A propaganda de Alckmin na televisão dizia o seguinte: "Lula manda na Polícia Federal, manda nos ministros e até hoje não revelou de onde veio o dinheiro". O TSE considerou que a campanha tucana responsabilizou o presidente Lula pessoal e diretamente pela ausência de explicações sobre a origem do dinheiro.

"Temos uma propaganda que expressamente menciona o candidato à reeleição e o faz como se ele fosse o responsável pelo curso das investigações", alegou o ministro Carlos Alberto Menezes Direito. "É como se ele fosse conivente com o retardo das investigações e este fato está em desacordo com a realidade", completou.

Para o ministro Carlos Ayres Britto, não se pode dizer que o Presidente Lula sabe a origem do dinheiro. Isso seria uma insinuação, "como se Lula nada fizesse para que as coisas sejam apuradas", questionou Britto.

O ministro Marcelo Ribeiro disse que votou a favor do direito de resposta não pelo fato de a propaganda dizer que Lula manda na PF e nos ministros. "O que me impressionou foi perguntar por que o presidente não revela. Dá a nítida impressão de que o presidente saberia, mas não quis revelar", afirmou Ribeiro.

Os ministros haviam negado outros pedidos de direito de resposta feitos pela campanha do presidente Lula contra comerciais citando o escândalo do dossiê. Eles negaram o pedido contra a veiculação das imagens do dinheiro e outros em que o PT contestou o uso da pergunta: "De onde veio o dinheiro?" A diferença, neste caso, é que a propaganda cita expressamente o presidente Lula, como se ele estivesse ocultando a origem do dinheiro, o que seria crime.

Helena

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