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A mais recente pesquisa Datafolha tende a incendiar a disputa no horário eleitoral gratuito, que começará na próxima terça-feira (15/08). Seu resultado deverá fortalecer a ala tucano-pefelista que defende a mais dura "campanha negativa" já feita na TV brasileira numa disputa presidencial --com exceção do vergonhoso "episódio Miriam Cordeiro", cometido por Fernando Collor em 1989.
A pesquisa mostrou subida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi de 44% para 47% entre 18 de julho e ontem (08 de agosto). No mesmo período, Alckmin perdeu quatro pontos (28% para 24%). E Heloisa Helena cresceu de 10% para 12%, elevação no limite da margem de erro da pesquisa (dois pontos percentuais para mais ou para menos).
Com esses números, Lula chega à fase mais importante da eleição muito mais forte do que previam o PSDB e o PFL. Alckmin esperava estar no patamar de 30% e enfrentar um Lula mais para 40% do que 50%.
Ou seja, é forte e real a chance de Lula se reeleger no primeiro turno. Ele tem dez pontos percentuais além da soma dos adversários. É um cacife e tanto para quem apanha bastante faz mais de um ano. O horário eleitoral gratuito talvez seja a última esperança do tucano.
O plano de Alckmin era um começo light na TV, com ataques não vinculados à sua imagem. Chegando ao segundo turno, bateria mais duro. E poderia ir até para uma guerra sem quartel. Setores mais radicais do PSDB e do PFL defendem uma revisão estratégica. Consideram que o risco de não haver segundo turno é justificativa suficiente para começar fervendo o horário eleitoral.
Há moderados no time alckmista que julgam que a semana de 7 de Setembro seria a ideal para a reavaliação da estratégia na TV. Até lá, teriam se passado mais de duas semanas dos programas de TV e rádio. Haveria como fazer um diagnóstico mais preciso sobre a estratégia adotada.
Ao longo do dia de ontem, quando estavam na expectativa dos dados do Datafolha, esses moderados já diziam que o período do campo da pesquisa tendia a prejudicar Alckmin, pois realizado em meio a nova onda de ataques do PCC em São Paulo. Os atentados tenderiam a prejudicar mais o tucano, que governou o Estado, do que ao petista.
De certo modo, tais moderados buscavam uma explicação para números que já imaginavam ruins para Alckmin. Com a divulgação do Datafolha, terão muito trabalho para segurar os seus radicais, se assim ainda o desejarem.
KENNEDY ALENCAR - Colunista da Folha
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