Recentemente, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos observou que "a indignação de FHC é seletiva", sugerindo que o ex-presidente não se indignava com a corrupção em seu governo, como o faz agora com as denúncias envolvendo o governo Lula .
Reconheça-se, no entanto, que este não é um privilégio do líder tucano. Na arena política, a grande imprensa é igualmente seletiva ao escolher os alvos da sua cólera. A coisa funciona mais ou menos assim: as acusações envolvendo o governo do presidente Lula e o PT ganham as manchetes na primeira página de imediato, com ares de verdade inconteste - dispensando a apresentação de provas -; acusados são expostos à execração pública e os desmentidos são tratados com desdém. Nestes casos, inverte-se a ordem secular do Direito: cabe aos acusados provar que são inocentes.
Já quando as denúncias apontam para partidos que fazem oposição ao governo Lula, a mídia faz a lição de casa. As mesmas são recebidas com desconfiança e tratadas com extrema parcimônia. Exige-se a apresentação de provas, invoca-se o direito à preservação da honra para não declinar o nome dos envolvidos e os desmentidos são aceitos como verdadeiros até que os fatos provem o contrário.
Jens
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