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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Grampo pode ter sido feito no Senado


Enfim, o jornal Correio Brasiliense de hoje estampa uma manchete, com a mesma frase que nós estamos dizendo aqui diariamente.“Grampo pode ter sido feito no Senado ”.E diz a matéria; Apesar de a Polícia Federal não ter encontrado vestígios de grampo na central telefônica do Senado, nem no gabinete do senador Demostenes Torres (DEM-GO), experientes funcionários da segurança da Casa não descartam a possibilidade de os grampos terem sido feitos dentro da instituição, ainda que a serviço de terceiros. Segundo eles, o equipamento de varredura existente no Senado também pode ser utilizado para a realização de escutas telefônicas, ao contrário da versão oficial da Abin e do próprio serviço de segurança do Senado. O mesmo acontece com a central telefônica, que custou R$ 18 milhões e é mais moderna e poderosa do que a existente na Brasil Telecom, em Brasília. Além de manter controle sobre origem, destino e custo de cada ligação, a central tem um dispositivo que registra e grava, se necessário, as ligações feitas, sejam ativas ou passivas.

As suspeitas de que a operação de grampo pode ter ocorrido no próprio Senado é alimentada por gente da própria segurança da Casa porque existe uma guerra nos bastidores envolvendo altos funcionários em posições estratégicas e integrantes da Mesa. A razão da disputa é a sucessão de Garibaldi Alves (PMDB-RN), atual presidente da Casa. De um lado estariam funcionários ligados ao senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente da Mesa, que substituiu Renan interinamente e é o nome mais cotado para suceder Garibaldi. De outro, o pessoal ligado aos grupos dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Efraim Morais (DEM-PB), que hoje controlam os cargos mais importantes do Senado e ainda não fecharam um acordo com o petista para apoiá-lo na eleição. Com um orçamento de R$ 2 bilhões, maior do que o da maioria das capitais brasileiras, a administração do Senado é uma grande e cobiçada caixa-preta.

A modernização dos equipamentos da segurança do Senado ocorreu durante a gestão do senador Romeu Tuma (PTB-SP), quando o parlamentar ocupava a primeira-secretaria da Mesa. O diretor-geral da Abin afastado Paulo Lacerda foi assessor de Tuma. A central telefônica do Senado foi instalada pelo ex-presidente da Casa Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já falecido, protagonista de episódios polêmicos envolvendo a quebra do sigilo da votação que cassou o mandato do ex-senador Luís Estevão (DF), o que provocou sua renúncia, e grampos telefônicos de desafetos pessoais na Bahia.

A tese é compartilhada por Gilmar Mendes. Em conversa com parlamentares, o presidente do Supremo disse temer que seu telefone celular tenha sido alvo de espionagem. No dia em que houve a escuta, Demostenes utilizou o telefone de seu gabinete para ligar para o fixo do Supremo. Como Mendes não se encontrava no local, a secretária transferiu a ligação para o celular do magistrado que estaria em trânsito no seu carro oficial. Nessa caminhada telefônica, acabou grampeada uma conversa sobre a CPI da Pedofilia, da qual o senador de Goiás é relator

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