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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Delegados dizem que presunção da inocência foi sonegada


A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota ontem onde afirma que o princípio da presunção da inocência foi sonegado às instituições de Estado no caso dos grampos ilegais contra autoridades do três Poderes. A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas abriu inquérito para apurar o caso.

De acordo com a nota, a ADPF "repudia a vinculação da prática criminosa da espionagem clandestina com a legítima atividade investigativa da Polícia Federal". Segundo a associação, "classificar monitoramentos ilegais supostamente realizados pela Agência Brasileira de Inteligência - Abin, conforme noticiado em matéria da revista "Veja", de ações policialescas e típicas de um Estado Policial é uma ilação inaceitável".

A associação também critica o afastamento da cúpula da Abin: "O mais grave é verificar que autoridades públicas tão zelosas na preservação do princípio constitucional da inocência presumida em outras ocasiões, neste caso específico, não só julgaram e condenaram a instituição Abin, seus nobres dirigentes e competentes servidores, mas também tentam imputar à Polícia Federal uma conduta abusiva a merecer varas especializadas do Poder Judiciário".

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