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domingo, 20 de abril de 2008

O gigante com medo da formiguinha

O tucano Carlos Eduardo Lins da Silva, o novo ombudsman da Folha, tenta desqualificar os blogueiros em entrevista para a própria folha. Para quem é assinante, pode ler aqui. Para os sem folha, lê um trecho abaixo e a entrevista completa aqui no André.

Diz o ombudsman: “Os jornais brasileiros vivem um momento contraditório. Pelo lado bom, não sofrem da crise de credibilidade que acomete os diários norte-americanos. Pelo ruim, estão perdendo o poder de influenciar a opinião pública. Segundo ele, está na hora de os jornais decidirem que papel vão ter na concorrência com outros meios, como a internet, as rádios e a TV. Defende que o futuro está num produto mais focado, com menos assuntos e mais analítico”.

Folha: - A internet permitiu também a proliferação de blogs, muitos com enfoque político. Você acha que esses blogs já conseguem influenciar a opinião pública?

Ombudsman da Folha: - No Brasil, com certeza não. Nos EUA, sim. Essa influência está sendo sentida na eleição presidencial. No entanto, eu acho que é uma influência ruim, perniciosa. Os blogs tendem a acirrar as divisões(...)

...O número de pessoas com acesso à internet e que lêem esses blogs. Mas cria-se um mal-estar por causa do radicalismo de alguns deles, que não argumentam, ofendem. Descem a um nível que nem se pode chamar de debate. E isso contamina o tal formador da opinião pública, que muitas vezes lê esses blogs e acaba sendo contagiado pelo radicalismo, o que cria situações artificiais.


A disputa entre petistas e tucanos é muito artificial porque não há tanta coisa que distancie um partido de outro. Mas ela é muito prejudicada pelas pessoas que lêem e até participam desses blogs e se dividem de uma forma muito odiosa.....

Folha: - É a internet que tirará esse público dos jornais?

Ombudsman da Folha - Eu acho que a internet já está tirando público e publicidade dos jornais. E será assim se o jornal impresso não revir a sua existência.

Folha: - Este será um ano eleitoral no Brasil. Com isso, o ombudsman deve ser muito procurado por assessores de políticos e também por leitores que acreditam que o jornal está protegendo esse ou aquele candidato. Como você pretende fazer essa fiscalização da neutralidade do jornal e, ao mesmo tempo, separar o que é paixão política, ou interesse de assessores, da opinião mais objetiva de leitores?

Ombudsman da Folha: - Esse será um dos meus desafios. Eu acho que o jornal tem o direito de endossar um candidato. Não acho que deva, mas tem o direito....


Interessante notar, a pergunta do jornalista ao ombudsman, um sinal dê que, blogs ---como o nosso-- que tem o poder de mobilização, está incomodando um gigante como a Folha. Muitos blogs, e nós estamos entre eles, têm alcance maior que muitos jornais. A Folha sabe disso.Não é à toa que estão com medo. Aliás, eles poderiam se juntar à Regina Duarte e ficar repetindo: "Eu tenho medo". "Eu tenho medo". Eu Tenho medo da KGB Lulista. Uma coisa é certa, os blogs estão incomodando, o barulho não pode mais ser ignorado pela grande mídia.É isso que mostra a entrevista do Carlos Eduardo Lins da Silva, o novo ombudsman da Folha. Afinal, ninguém chuta cachorro morto.Se estamos incomodando uma empresa considerada tão forte, estamos no caminho certo e, logo, a enorme fatia de publicidade destinada a eles começará a mudar de mão. Mas não é com revanchismo que vamos conseguir isto, basta que sigamos com nosso trabalho (eles mesmo atestam que estamos no caminho certo) e em algum tempo veremos grandes resultados.

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