Estudo mostra que 70% do investimento externo veio de países suspeitos
“Boa parte do dinheiro escondido nos paraísos fiscais acaba financiando a pesca ilegal e o desmatamento amazônico”, denuncia matéria do jornal El País, que divulgou um estudo que analisou os escassos dados públicos existentes sobre os movimentos desse capital opaco e seu impacto ambiental.
O estudo, publicado na revista Nature Ecology & Evolution, mostra que 68% do capital estrangeiro que chega a pecuária e a soja – atividades responsáveis por 80% do desmatamento da selva – procedia de paraísos fiscais, com as ilhas Cayman à frente.
O trabalho, que utiliza dados do Banco do Brasil, mostra que o equivalente a R$ 104,4 milhões de investimento externo chegaram às principais empresas desses setores entre outubro de 2000 e agosto de 2011. Cerca de R$ 71 milhões vieram de paraísos fiscais.
O percentual é bem superior ao que se verifica na economia brasileira. Em 2011, apenas 17% do capital estrangeiro procedia desses paraísos fiscais. Víctor Galaz, autor principal do estudo e diretor-adjunto do Centro da Resiliência de Estocolmo (SRC, na sigla em inglês), diz que não tem respostas para essa diferença.
O levantamento mostra ainda que a maioria dos pesqueiros investigados por exaurir os mares tinha bandeira de conveniência. Combinando dados da Interpol, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a base de dados de gestão pesqueira, os autores do estudo identificaram 200 navios envolvidos na pesca ilegal ou irregular. Número pequeno perto de uma frota de 250 mil pesqueiros no mundo. Mas 70% desses navios tinham uma bandeira de conveniência de um paraíso fiscal.
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