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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Venina gerou prejuízo de R$ 25 mi a Petrobras


Petrobrás associa divulgação de e-mails de Venina a Graça Foster a responsabilização por gasto excessivo em obras de Abreu e Lima

Relatório da comissão interna nomeada pela Petrobrás para investigar irregularidades na construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, acusa a ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás Venina Velosa da Fonseca de ser uma das responsáveis por falhas que elevaram o valor das obras em R$ 3,9 bilhões. Para a estatal, isso "possivelmente" teria motivado a divulgação das mensagens enviadas a integrantes do atual comando da petroleira, que alegou ter apurado todas as denúncias.

A ex-gerente executiva da área de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, que surgiu recentemente na mídia com denúncias de que teria alertado a estatal sobre irregularidades, teria causado um prejuízo de R$ 25 milhões à Petrobras enquanto estava na estatal, informa o Estado de S. Paulo. Relatório final de sindicância responsabiliza a ex-gerente por quatro das nove irregularidades classificadas como “não conformidades”, constatadas nas obras da Refinaria Abreu e Lima, que elevaram gastos e indicam existência de cartel.


De acordo com o jornal, Venina e Pedro Barusco são apontados diretamente como responsáveis pelas antecipações de obras, a mando de Paulo Roberto Costa, que elevaram em R$ 4 bilhões os custos de Abreu e Lima. Em uma das irregularidades, informa o jornal, Venina é citada em um contrato com uma empresa do cartel, alvo da Operação Lava Jato, que desconsiderou um  desconto de R$ 25 milhões. Ao todo, as nove irregularidades teriam causado uma elevado de custo de R$ 4 bilhões para a refinaria, orçada em R$ 2,5 bilhões e que já custou R$ 24 bilhões.

Segundo a sindicância, em março de 2007, Venina emitiu documento propondo “a elaboração de plano de antecipação do início das operações da refinaria” em que constava a conclusão de que “será possível a inauguração da Refinaria do Nordeste”. Ela atuou, ressalta o jornal, em pedido de Costa, seu superior, feito um mês antes.

“Estes fatos, associados às declarações do senhor Paulo Roberto Costa, indicam a possibilidade da existência de um processo de cartelização relativo às empresas indicadas nos processos analisados”, registra a sindicância, realizada por seis servidores de carreira.

O documento de 88 páginas responsabilizou, além de Venina, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque. Venina é acusada, informa o jornal, por omitir informações da Diretoria Executiva sobre mudanças de valores e objetos em contratos, inclusão de empresas do cartel que não atendiam ao critério de seleção, após início do processo licitatório, não apresentação de parecer jurídico para aprovação de contrato e erro formal de inclusão de empresa em concorrência.

Alusa Engenharia

De acordo com o Estado de S. Paulo, um dos contratos com problemas relacionados à Venina é para contratação da Alusa Engenharia, alvo da Lava Jato, para construção da Casa de Força (Cafor), por R$ 966 milhões, em 2008 -- valor 272% acima do orçado. Venina e os demais servidores teriam deixado “de considerar descontos negociados entre setembro e novembro de 2008, com a Alusa Engenharia, da ordem de R$ 25 milhões”. Mesmo quando o contrato foi encerrado, aponta a sindicância, teriam sido iniciadas negociações atípicas de desconto com a empreiteira, que resultaram em quatro propostas, endereçada à Venina Velosa da Fonseca.

Venina teria trocado uma sequência de e-mails com outros gerentes envolvidos na contratação da Alusa. Um dos e-mails, de Paulo Cesar Silva, então gerente de Planejamento e Gestão da Refinara Abreu e Lima, informava que o valor do contrato “encontrava-se 272% acima do valor orçado” na fase dois da concorrência. Depois, Venina teria enviado dois e-mails para Francisco Pais, então Assistente do Diretor de Abastecimento, e Paulo Cezar Amaro Aquino, então Gerente Executivo do Abastecimento-Petroquímica.

“Somente ontem à noite tomei conhecimento destes números. Quando assinei a pauta da DE (Diretoria Executiva) isto não foi citado”, informou Venina. “Os desvios são grandes e isto me preocupa muito. Hoje na reunião com o (Pedro) Barusco abordaremos esta questão”, conclui Venina.

Por conta das “não conformidades”, lembra o jornal, Venina e outros quatro ex-gerentes, subordinados a Costa e Duque, perderam o cargo de chefia em novembro. Na ocasião, Venina ainda não havia aparecido em público para realizar suas denúncias.

Graça Foster, em entrevista ao JN nesta semana, já havia negado as afirmações da ex-gerente, inclusive de que ela teria sido enviada à Cingapura para ficar distante da empresa, e informou que uma das viagens foi realizada com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que prezava bastante pelo trabalho de Venina, e outra a seu pedido. Venina alegou depois que nunca pediu para ir à Cingapura, e que teria ido por falta de opções no Brasil.

1 Comentários:

Adir disse...

A traíra não era fraca não!

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