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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Na primeira hora do golpe de 1964, "Folha" defendeu o MOMENTO PROPÍCIO a uma ditadura

Editorial do jornal Folha de São Paulo em 3 de abril de 1964:


Como se vê, a "folha", mesmo quando ainda havia ampla articulação pública para confinar o golpe de 1964 na deposição de Jango e retomar o caminho institucional vigente desde a constituição de 1946, o jornal já achava o momento propício a uma ditadura militar.

Isso derruba a tese dos defensores do jornalão, de que teriam apoiado o golpe, defendendo a "democracia" (segundo o jornal, "ameaçada por Jango"), e de que o golpe é que teria tomado rumos diferentes em direção à ditadura.

A gênese da "ditabranda": escalada de mentiras para enganar a nação, endurecendo o regime passo-a-passo até chegar à ditadura.

Enquanto a ditadura era urdida nos bastidores (o golpe dentro do golpe) após derrubarem Jango, o jornal Folha de São Paulo serviu para preparar o terreno, como se observa no editorial.

O jornalão propagandeava, como se fosse fato, um falso "retorno à normalidade democrática". A nação era enganada nas páginas dos jornais com a idéia de que tudo não passou de uma crise militar, resolvida politicamente com a derrubada de Jango, e que consumado o fato, tudo estava seguindo a normalidade institucional após estes eventos.

A mentira era evidende, pois como explicar a deposição por militares, de governadores eleitos que não renunciaram, como Miguel Arraes?

Isso reduzia resistências ao golpe, tanto internacionais, como no Congresso, como na sociedade, e permitia que a ditadura fosse se instalando como uma "ditabranda" até chegar a ditadura, com a cumplicidade dos jornais que "amaciava" o noticiário.

O jornalão publicou uma enorme mentira no editorial acima, bajulando os golpistas das Forças Armadas.

No dia 2 (véspera desta edição), o general Costa e Silva havia criado uma aberração alienígena ao próprio papel constitucional das Forças Armadas, o comando supremo da "revolução": uma junta militar composta pelo próprio general como homem-forte, o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha).

Não é preciso mais do que dois neurônios, para entender que os próprios militares golpistas chamavam o golpe de "revolução", e a palavra "revolução" no contexto de um golpe de estado militar é uma clara ruptura institucional, ao contrário do que o editorial da "folha" levava o leitor a ser enganado.

Também é óbvio que, se a deposição de Jango foi militar e não pelo Congresso, quem era o poder de fato naquele momento era a junta militar. Ao Congresso cabia tentar negociar com a junta militar o que seria "permitido". Se os militares golpistas depuseram o presidente, poderiam depôr qualquer senador, deputado, governador, como aconteceu de fato.

Mesmo assim, o jornalão, escreveu cinicamente a enorme mentira:

"O Brasil pode orgulhar-se de estar livre de 'pronunciamentos', de quarteladas, de juntas militares que se instalam no governo e dele não querem mais arredar-se".

A manobra foi útil para os golpistas alcançarem o poder sem resistência. E o jornalão funcionou como "relações públicas" desse golpe, na escalada rumo a ditadura.

JK e seu partido, o PSD, acabaram negociando apoio para a tomada do poder pelo general Castelo Branco, dando um verniz de restabelecimento da ordem institucional. Os parlamentares acreditavam ser ele mais comprometido com a legalidade constitucional, que apenas completaria o mandato até as próximas eleições. Ledo engano: Castelo Branco foi, inicialmente, o cavalo de tróia para aniquilar resistência dos moderados a um projeto de poder de uma ditadura que duraria 21 anos.

12 Comentários:

ANTÔNIO ALBERTO (Pe.Alberto) MENDES FERREIRA disse...

EXCELENTE O "DESMASCARAMENTO" DESSES TRAPACEIROS, VIGARISTAS, USURPADORES E CRETINOS, PORQUE, ALÉM DE TUDO, COVARDES E MENTIROSOS. >>

O LAMENTÁVEL, É QUE SOMOS BEM MENOS, MUITO MENOS MACHOS QUE OS ARGENTINOS ...CASO CONTRÁRIO, ESSES VAGABUNDOS, ESTARIAM TODOS NA CADEIA. >>

FAZER O QUÊ ?!?!?! >>

>>

Ricardo Macedo disse...

Mas nao e so folha, tem globo e outros mais.
E continuam soltos e divulgando inverdades ainda hoje.
Quando serao responsabilizados por atos?
Ate quando terao o poder de decidir os rumos da nacao?

Ricardo Macedo disse...

Mas nao e so folha, tem globo e outros mais.
E continuam soltos e divulgando inverdades ainda hoje.
Quando serao responsabilizados por atos?
Ate quando terao o poder de decidir os rumos da nacao?

H.Pires disse...

Um cidadão, locutor, de nome adalberto piotto da cbn\globo tentou, a partir da entrevista com Helmano Hening da época, hoje, dar "publicidade" ao discurso que um general faria ontem, em favor da ditadura militar. O que, claramente foi, por Helmano, rejeitado. Não falou a respeito do tal discurso. Não é de hoje que esse imbecil, boçal locutor pioto da cbn\globo, faz suas canalhices.

Anônimo disse...

Esse mesmo falatório foi usado como justificativa em Honduras. O mais incrível é que a Folha se deixa (ingenuamente ou não) seduzir por essas "soluções". Ora, não se usa um Estado de Exceção pra resolver problemas de uma democracia. A democracia pode ser burocrática, demorada, mas ela é, em sentido amplo, democrática! Acusação formal, inquérito, processo, juntada de provas, direito à ampla defesa, a julgamento, a habeas corpus, aos direitos políticos, tudo isso não pode ser simplesmente mandado pro inferno porque "o país vivia uma crise". A intervenção pelo terror, a instituição do medo como forma de convencer as pessoas a abrirem mão de seus direitos em nome de uma proteção que sozinhas elas não possuem são, por fim, as mesmas armadilhas de todo Estado totalitário. Desconfiem das soluções fáceis, meus amigos! Ou isso, ou 1984 ainda vai chegar. Não quero nenhum Grande Irmão zelando por mim.

Baixando na Faixa disse...

Esperar o que dessa imprensa de quinta?


Documentário "Cidadão Boilesen" [Doc. Raro]
Relata o financiamento da ditadura pelo empresariado brasileiro.
http://bit.ly/9jIZm7

spin - link disse...

Leia o depoimento deste monstro, ele conta em detalhes, ou pelo menos alguns deles, do que ocorreu na guerrilha do Araguaia, ele relato casos de monstruosidade e relata como se o que fizeram tivesse fosse uma grande vantagem.
Desde quando é um ato heróico fazer o que fizeram com os presos?
Em nenhum outro país esta faria isso, ou seja, confessa um rosário de crimes, sem responder na Justiça.
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2011/03/merece-nosso-reconhecimento-revelacao.html

Professor Eduardo Lima disse...

A Folha é um lixo. Também escrevi sobre o assunto, dê uma olhada:

Quantos Bolsonaros o Brasil está formando?

http://www.comunistas.spruz.com/pt/Quantos-Bolsonaros-o-Brasil-est-formando/blog.htm

Anônimo disse...

Zé, vou ser breve:

QUE NOJO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Edemar Motta disse...

Alguém já disse: Liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome.

Eu digo: Democracia, quantos crimes se cometem em teu nome.

Anônimo disse...

Zé, não só na 1ª, mas até a undécima hora, até o final. "Cuidado Frias" dizíamos nos anos 70. Cuidado, que a história quer fazer o acerto final.

armando do prado

Anônimo disse...

Pessoal, a campanha do medo, do terror, suja, continua. Mandaram-me um link no meu e-mail de um blog "averdadequeamidianaomostra.blogspot.com", acessei e fiquei estarrecido com o que li. Vejam e denunciem.

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