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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Em debate, Serra se declara a favor das malas de dinheiro nas campanhas eleitorais

O debate entre os candidatos a presidente promovido pela CNBB, for morno, sem grandes novidades.

Assim como na Rede TV!, José Serra (PSDB/SP) foi quem se saiu pior.

O "destaque" foi quase uma vídeo-cassetada, quando o demo-tucano se atrapalhou todo com uma pergunta sobre financiamento público de campanha e voto em lista. Pediu para repetir a pergunta várias vezes, saiu do lugar, se atrapalhou todo. Mas isso é o de menos, isso é apenas prosaico e não é o importante.

Importante foi a resposta, que muita gente não conhecia a real posição do demo-tucano.

Serra se declarou contra o financiamento exclusivamente público de campanhas e a favor do financiamento privado.

É uma posição neoliberal e conivente com a raiz da corrupção na política.

O financiamento privado geralmente é uma forma de lobby do poder econômico, quando não é corrupção direta.

Candidatos populares, que tem base social para se eleger, conseguem exercer seus mandatos com independência, mesmo recebendo financiamentos privados, mas candidatos que só se elegem na base da propaganda maciça e milionária, ficam reféns de quem financia a campanha, tendo que retribuir no exercício do mandato, sucumbindo ao lobismo ou à corrupção.

É melhor e mais barato que as eleições sejam financiadas exclusivamente com dinheiro público (como já é financiada a própria justiça eleitoral, e parte das campanhas, com fundos partidários e pagamento pelos horários eleitorais), do que o contribuinte passar quatro anos vendo o dinheiro público sendo desviado, através de esquemas de corrupção, para financiadores inescrupulosos.

Obviamente, financiamento público, pressupõe campanhas mais austeras e com recursos mais padronizados para todos os partidos.

Além disso, o financiamento público torna possível trabalhadores, professores, líderes comunitários, funcionários públicos, disputarem um mandato de igual para igual com pessoas ricas, com trânsito entre a elite econômica, e contra oligarcas.

A resposta de Serra mostra que ele prefere que tudo continue como está, com estes esquemas de lobby de banqueiros, empreiteiras, empresas de transporte, empresas de comunicação, concessionárias, planos de saúde, financiando bancadas de deputados e conseguindo nomear em postos chave gente que depois agirão e votarão contra o interesse público da maioria população.

Serra foi muito mal também na resposta sobre o pré-sal. Mostrou em parte desconhecimento e falta de um projeto nacional, mas também transpareceu que está querendo esconder sua verdadeira posição neoliberal e entreguista sobre o assunto. Pena que foi o Plínio e não a Dilma quem teve o direito de comentar a resposta.

Dilma teve o ponto mais alto no debate quando falou com propriedade sobre o combate à corrupção, não apenas com blá-blá-blá de político, mas matando a cobra e mostrando a cobra morta, explicando os investimentos na Polícia Federal, na CGU, no portal da transparência, as punições doa a quem doer, e a nomeação de um Procurador Geral da República independente, que não é engavetador, obedecendo a indicação feita por eleição pelos próprios membros do Ministério Público.

Diante de uma provocação de Plínio, dizendo que Dilma "estaria em situação difícil diante das denúncias no noticiário", Dilma fulminou: "Eu não estou em nenhuma situação difícil, eu tenho 25 anos de vida publica, jamais fui acusada de qualquer ato indevido".

Dilma também foi muito bem ao falar dos programas de inclusão social, que tiraram milhões da pobreza, e outros milhões de brasileiros subiram para a classe média.

No mais, Plínio e Marina foram os de sempre, sem apresentar novidades.

8 Comentários:

Adriano Matos disse...

Financiamento exclusivamente público de campanhas eleitorais é o mínimo, primeiro passo, para cumprir o que determina a constituição. É dinheiro público que sustenta as instituições e não tem critério de comparação desse custo com as campanhas, que tem valores muito menores.

Walter Jr. disse...

Assisti ao debate e achei que Dilma não estava à vontade.
Eu também não me sentiria à vontade no meio de tantos fundamentalistas. Já Marina Silva se sentiu em casa. É a sua gente!
O debate foi mal organizado e com perguntas mal formuladas. O bom é que Serra falou pouco, portanto o nível não caiu tanto.

josé lopes disse...

Obrigado Zé pela informação. Eu só vi o finalzinho do debate. E, parabéns por estar a essas horas 00:47 no meu relógio colaborando para nos trazer a informação democrática.
Boa noite e sonhe com os anjos, nós podemos. Falta pouco.

Malu cpv disse...

Assisti ao debate, Dilma não estava a vontade mesmo, pois li no ig último segundo que ela chamou a policia para averiguar se tinha bomba no local, pois foi hostilizada na entrada , por um pessoal que estavam gritando Dilma anti cristo e tinha uma faixa enorme com esses dizeres.No ig último segundo tem dois videos, só que sou muito analfabeta na internet não sei colocar link, mas ammanhã vou pedir para o meu filho colocar para mim.

Geraldo Galvão disse...

Vox Populi/Band/iG: Dilma mantém 51% e Serra segue com 24%
Marina Silva, do PV, chega a 10% e é a única presidenciável que cresceu em relação à pesquisa da semana passada
Matheus Pichonelli, iG São Paulo | 23/09/2010 19:19
Mudar o tamanho da letra: A+ A- A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, manteve a distância de 27 pontos sobre o tucano José Serra na mais recente pesquisa Vox Populi/Band/iG, divulgada nesta quinta-feira. Com 51% das intenções de voto, a ex-ministra da Casa Civil seria eleita logo no primeiro turno. Serra manteve os mesmos 24% apontados no levantamento do último dia 17. Em agosto, a distância entre eles era de 16 pontos.

Marina Silva (PV) foi a única presidenciável que avançou em relação à pesquisa anterior. Ela cresceu dois pontos percentuais e tem agora com 10% das preferências. O número de eleitores que não sabem ou não responderam à pesquisa agora é de 9% - contra 11% da semana passada. Brancos e nulos somam 5%. Juntos, os demais candidatos têm 1%.


Entenda a diferença entre a pesquisa e o tracking Vox/Band/iG
A pesquisa tem margem de erro de 1,8 ponto percentual e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 31.705/10. O instituto ouviu 3.000 pessoas, de 219 municípios, entre os dias 18 e 21 de setembro.

De acordo com o instituto, Dilma aparece à frente dos rivais em todas as faixas etárias, sociais e regionais pesquisados pelo instituto. A candidata petista tem o melhor desempenho entre eleitores do Nordeste, onde ela recebe 67% das intenções de voto – contra 16% de Serra e 7% de Marina. A distância entre Dilma e os rivais é menor no Sul. Na região, ela tem 42% das preferências, contra 37% de Serra (melhor cenário do tucano) e 6% de Marina.

Dilma é a candidata favorita de eleitores entre 16 e 24 anos (tem 56% das intenções de voto), que vivem em municípios pequenos (59%), que estudaram entre a quinta e a oitava série (58%) e que ganham até um salário mínimo.

Já Serra encontra tem seu melhor desempenho entre eleitores entre 40 e 49 anos (26%), com ensino superior (29%) e que ganham mais de cinco salários mínimos (28%). Entre os eleitores com ensino superior, Marina obtém seu melhor desempenho: 22%.

Na pesquisa espontânea, quando o nome dos candidatos não é apresentado aos eleitores, Dilma é citada por 44% dos entrevistados. Serra é lembrado por 21% dos eleitores e Marina, 9%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado ainda por 1% dos eleitores.

Anônimo disse...

Ontem em Goiânia a PF prendeu uma quadrilha que fraudava o Inss,
Goiânia parou para que os PF efetuassem as prisões,
Não entendi pq não foi manchete no JN
Ah sim, foi uma operação feita pelo Ministério da Previdencia, PF e MPF
Até o gerente do INSS está preso, não há nada da política pelo meio, as prisões foram feitas pq em 2009 foi feita uma denùncia formal, quando começou a ser feita a investigação
Tanta diferença da Era FHC, quando a gerente do INSS trocou um suntuoso prédio no centro de Goiânia por um barracãozinho na periferia, foi aberto um processo eficou por isso, tocaram fogo no prédio do INSS de Brasilia e o assunto virou pó, que dizer, cinza
Mas com Lula é diferente
Só a Globo não vê, só a Globo não mostra, só a Globo não escuta

André Rezende

Noé disse...

O com a entrada de dinheiro privado que se permite o lobby do crime organizado.Acorda Brasil!!!!!!!!

mariazinha disse...

Eu não aguentei acompanhar VC, Zé, chateadíssima com o supremo brasileiro; o mello debochou do brasileiro mas deu até uma ideia interessante: se é assim, se tivermos que seguir o que povo quer, melhor acabar com o supremo brasileiro

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