O primeiro grande comício de campanha, com Dilma e Lula, no Rio de Janeiro, foi emocionante. Eu fui, e os leitores do blog que não puderam ir, podem se sentir representados.
A caminhada da Candelária até a Cinelândia arrastou dezenas de milhares de pessoas que se reuniram na Cinelândia.
Enquanto os discursos não começaram, a praça e as ruas em volta estavam tomadas, cheia de gente circulando, "à paisana" ou "à caráter" com camisetas e bandeiras de seus partidos.
O tempo não ajudou, começou a chover antes mesmo dos discursos. Mesmo assim a maioria das pessoas não arredaram o pé. Uns procuraram abrigo embaixo de alguma barraca de apoio, muitos abriram seus guarda-chuvas, onde quem tinha dava abrigo solidário a mais um ou dois companheiros ou companheiras, outros se cobriram com capas de chuva, outros até usaram bandeiras e faixas de plástico como capa. A galera mais animada não tava nem aí pra chuva e ficava molhada mesmo. Mas a multidão continuava lá.
Com Dilma no palanque vieram os discursos de candidatos ao Senado, o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), foi muito aplaudido, e fez um rápido discurso contagiante, com a oratória de ex-presidente da UNE, mas daqueles que não viraram a casaca, como o candidato demo-tucano. Depois falou o ministro do trabalho, Carlos Lupi (PDT).
A multidão explodiu em "Olê, Olê... olê, olá... Lulá... Lulá", quando anunciaram a chegada de Lula. A chuva caía mais forte, mas ninguém arredava o pé enquanto não ouvissem Lula e Dilma falarem.
Depois discursaram o vice-governador Pezão (PMDB), o candidato a vice de Dilma, Michel Temer (PMDB), o governador candidato à reeleição, Sérgio Cabral (PMDB). Todos aplaudidos.
Uma galera na faixa dos 18 a 20 anos ali perto, criaram seu grito: "A Dilma é ... ou-sa-di-a! ... A Dilma é... ousadia!" - gritavam toda hora que alguém falava no nome dela.
A multidão explodiu de novo, quando Lula assumiu o microfone.
Lula é daqueles políticos queridos igual a um ídolo pop. Longos aplausos, gritos, assobios, o pessoal avança um passo a frente para ver mais perto, procura lugar com melhor visibilidade, quem estava mais atras reclama para abaixar as bandeiras para conseguirem ver. O presidente deu o recado e todos abaixaram.
O presidente Lula falou que estava em São Paulo e ficou sabendo que a previsão era de chuva, mas não quis nem saber. "Poderia estar chovendo canivete até e eu estaria aqui" - disse o Presidente.
Imagine se o presidente iria faltar, com a multidão que estava ali, muitos vindo de longe, sabendo que o tempo estava para chuva.
E o presidente criticou as tentativas da oposição de impedir que ele faça campanha para Dilma nas horas vagas, e criticou o Ministério Público Eleitoral que quer multá-lo apenas por mencionar o nome da Dilma:
"Há uma tentativa de me tirar da campanha política, para que eu não ajude Dilma a ser a presidenta desse país. É como se eu pudesse passar por Dilma e tem uma procuradora ... que eles querem é me inibir, para eu fingir que não conheço a Dilma, para que eu passe por ela e vire o rosto. Mas não sou homem de duas caras. Vou dizer que a minha companheira Dilma, que foi chefe da Casa Civil, está preparada para ocupar a presidência da República desse país" - disse enquanto apertava fortemente as mãos da candidata.
Lula prosseguiu: "Ao indicá-la para ser a futura presidente, estou indicando uma pessoa que eu colocaria minhas duas mãos no fogo. Essa mulher com cara de anjo já foi torturada. Barbaramente torturada. E não guarda mágoa".
O Presidente também elogiou a união do governo do Estado do Rio com o governo federal, que permitiu tantas obras do PAC, inclusive em favelas, como não se via há muitos anos na história do Rio. E falou da emoção de trazer as olimpíadas para o Brasil, que acontecerá no Rio, contando a história de como foi a vitória do Rio como cidade sede, diante do Rei da Espanha, do primeiro-ministro japonês, e do Obama, fazendo a multidão cair no riso.
No fim, Dilma foi a última a falar, depois de Lula, elogiou a militância e a multidão que estava ali na chuva, falou das obras PAC, do ProUni, das UPP's, das transformações que estão passando o Complexo do Alemão, Manguinhos, Pavão e Pavãozinho, Rocinha, que antes eram favelas e estão virando bairros bons de se morar.
Dilma pediu que todos dêem importância também no voto para Senado e para Deputados, elegendo gente aliada, que não vão passar 4 anos criando dificuldades só para atrapalhar e fabricando factóides.
No fim, mandou uma mensagem à todas as mulheres. Disse que, assim como Lula falou que não poderia errar no governo, senão um operário só chegaria à presidência de novo daqui a uns 200 anos, ela também não poderá errar como primeira presidenta mulher, porque será cobrada por isso.
O discurso de Dilma foi acompanhado por gritos de Dilma! Dilma!... "Olê, Olê... olê, olá... Dilma... Dilma", e com o novo grito da galera do lado, que aprendi hoje: "A Dilma é ... ou-sa-di-a! ... A Dilma é... ousadia!".
Terminado os discursos, desceram todos do palanque, e Dilma, muito simpática, ainda foi até a platéia cumprimentar a "turma do gagarejo", o pessoal que fica ali na linha de frente do palco. E foi um corre-corre de quem estava atrás para também cumprimentar a futura presidenta. Não sei de onde a imprensa tinha inventado que Dilma era antipática. Ela é super-simpática, principalmente com as pessoas mais humildes.
O comício foi maior do que imaginado, sobretudo por causa da chuva. Teve gosto de vitória, e prenuncia uma vitória das grandes no Rio de Janeiro.
Dilma e Lula devem percorrer o Brasil, nas cidades que for possível percorrer. Quando passar na cidade de cada um, não deixem de ir. A chuva molhou o corpo, mas lavou a alma.
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12 Comentários:
Nem chuva, nem vento seguram o movimento!! O 1º comício foi batizado pela chuva que fará brotar a semeadura das propostas de Dilma. O Brasil dos pobres e dos ricos colhem hoje os frutos da plantação que Lula fez ao longo de sua vida. Agora é tempo de nova safra e cada um de nós é um cuidador dessa plantação. Avante DILMA. BRASIL, PRA FRENTE - DILMA PRESIDENTE.
Já ouviu falar no provérbio que a voz do povo é a voz de Deus. Pois é, e o povo, por onde passo, ando, diz: è Dilma no 1ª turno. Fortaleza-CE
Essa aqui está genial! O pedágio de Serra. Com direito a musiquinha.
http://pedagiometro.com.br/noticias/a-musica-dos-pedagios-paulistas-enviado-por-internauta
Os tucanos-demos boicotam a Bienal de SP, Copa, Projeto Minha Casa Minha Vida e outras coisas de interesse do povo. Já para a Globo o cofre abre-se!!!
Os tucanos-demos que governam SP há décadas não darão apoio a Bienal de SP, nem a Copa,..,,,dizem que o dinheiro tem que ser gasto noutras áreas importantes, como Segurança, como se o PCC não tivesse tomado conta do Estado e até criado filiais na Bolívia,..,,Paraguai...
O problema é que esta teoria do Estado mínimo tucano-demo funciona assim: o mínimo para o povão e o máximo para os ladrões, por exemplo a Globo foi presenteada com um terreno caríssimo.
E o povo?
Ah sim, o polvo....rsss
Eun fui e achei emocionante aquela multidão debaixo de chuva para ouvir Dilma, Lula e Cabral. Quero ver o Zé Pedágio fazer o mesmo.
Zé Augusto...pelo seu relato, deve ter sido emocionante.
A Dilma é ousadia.
Se você nunca votou nas mulheres,
ouse a Dilma.
Ousar lutar, ousar vencer.
O projeto de nação do presidente LULA, faz a gente ter orgulho de ser brasileiro, a nossa futura presidente DILMA tem o equilibrio e apoio necessario para continuar o andamento desse projeto que futuramente transformara todas as pessoas desse nosso amado pais em cidadãos criticos e independentes!
Ailton Araújo
Metalúrgico, Passo Fundo - RS
O PIG já colocou as unhas de fora.
Manchete do Ig de hoje diz que o comicio foi um fracasso e que a Dilma sem teleprompter se perde...
E que tinha menos de duas mil pessoas no local.
Simboliza muito bem esse grito 'Dilma é....ousadia'. É mesmo e o mandato dela será de aprofundamento dos movimentos iniciados com Lula.
Foi muito bom, espero que se repita mais próximo das eleições e, por favor consultem a meteorologia. Carioca não gosta muito de chuva. Muita gente deixou de ir por conta da chuva.
Eu estava lá. Havia de 15 a 20 mil pessoas na Rio Branco. Depois na concentração e sob muita água o povo se reduziu para umas 5 mil. Eu mesmo ví Dilma percorrer em cima da caçamba de uma pickup (Triton-Mitsubishi) e não um jipinho(sic), da Sete de Setembro atá a Cinelândia. Isso o que eu ví. Mas ela deve ter vindo desde a Candelária, o que dá bem mais que "os últimos 200 metros"(sic) noticiado pelo Noblat.
Acho que a nossa imprensa(?) cobre um universo paralelo, feito espelho distorcido do nosso, onde o gordo é magro, o alto é baixo, 1 km é 200m, 15 a 20 mil pessoas são 2 mil e Dilma séria é "nervosa".
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