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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tribunal de Justiça fora-da-lei: paga até R$ 100 mil de salário no Paraná

Apesar de o teto constitucional de vencimentos do funcionalismo público ser de R$ 25.725,00 em dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Paraná pagou, naquele mês, valor superior a R$ 100 mil.

Essa foi a remuneração de um escrivão cível (R$ 67.254,85 como remuneração base e R$ 33.627,42 como vantagens pessoais), de acordo com lista contendo 6.953 registros, sem nomes dos servidores, publicada na página do órgão na internet após orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Também chamou a atenção a remuneração base de um oficial de Justiça - R$ 42.950,22. Somadas vantagens, ele recebeu R$ 62.378,82.

A lista mostra, ainda, que algumas atividades no TJ paranaense têm remuneração muito acima de mercado:
- um motorista recebeu R$ 9.655,44 (R$ 5.313,18 como base),
- um copeiro, R$ 8.499,15;
- um porteiro de auditório foi pago salário de R$ 8.279,00;
- um ascensorista recebeu R$ 6.647,00.

No caso de desembargadores, a Constituição determina que as remunerações não ultrapassem a 90,25% do teto de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Na estrutura paranaense divulgada na internet, cinco magistrados têm remuneração base superior a esse teto, mas tiveram retenção do valor. A maioria dos desembargadores recebeu R$ 23.216,81 como base. No entanto, 23 receberam, em dezembro, a título de vantagens eventuais, R$ 10.059,84, o que elevou o total bruto para R$ 33.276,65, sem retenção.

Se forem somadas as vantagens às remunerações base, 146 servidores do Judiciário paranaense receberam valores superiores ao teto estabelecido para os funcionários públicos naquele mês. Mas apenas 39 tiveram retenção de valores.

A legislação permite que se ultrapasse o teto em casos específicos como verba indenizatória e 13º salário, mas na lista publicada pelo tribunal isso não é especificado, aparecendo apenas rubricas como "vantagens pessoais" e "vantagens eventuais".

O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná, José Roberto Pereira, enviou um ofício à presidência do TJ pedindo esclarecimentos sobre os valores divulgados, que ele considerou imorais. "Sabíamos que tinha desvio de chefia, desvio de função, mas não sabíamos que chegava a tanto", criticou.

No caso do salário superior a R$ 100 mil, ele disse que precisa de maiores informações, porque escrivão cível é uma função privada. "Não poderia receber dos cofres públicos", destacou. Já em relação ao oficial de Justiça que recebe como remuneração base mais de R$ 42 mil, Pereira estranhou ainda mais, porque ele próprio é oficial e disse receber R$ 2.742,52.

3 Comentários:

Anônimo disse...

Que órgão de justiça neste país está 100% moralmente apto para julgar os corruptos e criminosos em geral flagrados pela polícia? Ouve-se há muito tempo notícias estarrecedoras sobre o poder que sempre julgamos estar acima de tudo isso e, por tal razão, ser o mais apto para solucionar tais problemas.

+Brasil disse...

De todos os tribunais de Justiça do Brasil, o que mais longe esta da honestidade é o do Paraná.

JEAN CARLOS disse...

CAROS AMIGOS.
E A MACONARIA O QUE TEM A DIZER,VAI SE CALAR OU AGIR SECRETAMENTE...

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