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terça-feira, 7 de abril de 2009

Revista Veja protege a corrupção com manobra diversionista


Parece aquela história do ladrão que rouba e sai correndo, dobra a esquina, troca de camisa e joga fora o boné para ficar com outra aparência, e passa a apontar o dedo para outra direção gritando "pega Ladrão!" ... "pega Ladrão"... com a intenção de tirar a polícia, que vem atrás, de seu encalço.

Assim é a "reportagem" da revista Veja sobre um "suposto" suborno à ANP (Agência Nacional do Petróleo) por prefeitos, para ganharem mais Royalties do Petróleo.

A reportagem foi "repercutida" com entusiasmo pelo Globo, Folha e Estadão (como sempre), mas nenhuma agência de notícias séria como a Reuters, sequer tocou no assunto.

O objetivo é simples: a Veja em conluio com oposição demo-tucana quer tirar o foco do noticiário do DEMos, do PSDB e do PPS, flagrados na operação Castelo de Areia (e quanto mais mexe, pior está ficando), e passar o foco em algo que atinja o governo.

Tentaram o relatório do TCU sobre a Refinaria Abreu de Lima, mas não conseguiram nada, porque o relatório do TCU já diz tudo. Numa primeira análise, os técnicos do TCU detectaram superfaturamento de R$ 71,9 milhões, valor usado pela PF em seu relatório. Mas, após acolher em parte os primeiros argumentos da Petrobras e do consórcio, o valor foi revisto para R$ 59 milhões, quantia paga pela estatal às empreiteiras. Assim parece a oposição chegou atrasada, e estão denunciando irregularidades que já foram sanadas.

Então, resolveram procurar meias verdades com mentiras inteiras, para atacar o governo.

Mas a pontaria anda ruim. Dirigiram à ANP, que é agência reguladora independente do governo, e dirigiram à estados e municípios receptores de royalties de Petróleo, muitos deles governados por demo-tucanos e aliados. Um exemplo é Mossoró, terra de Agripino Maia.

A denúncia tem uma verdade que foi a operação águas profundas da plícia federal em 2007, onde funcionários da Petrobrás foram demitidos, empresas e ONGs que participaram de fraudes estão respondendo à justiça, inclusive o pai da atriz global Deborah Secco (o que não faz dela uma criminosa).

Segundo a "reportagem", Victor Martins (irmão de Franklin Martins) é diretor a ANP e foi sócio de um empresa de consultoria na área, da qual sua esposa continua sócia. A acusação da revista é que Victor Martins faria tráfico de influência através da consultoria. Não há qualquer "fonte" da revista identificada. Na prática é apenas a palavra da revista.

O Estadão não conseguiu qualquer confirmação da Polícia Federal, que, novamente, respondeu: falar sobre investigações em curso prejudica o trabalho da polícia e favorece criminosos.

À princípio, realmente não é nada bom consultorias privadas ligadas à autoridades do mesmo setor onde possa haver conflitos de interesses, assim como é indesejável escritórios de advocacia privados ligados à juízes por laços muitos próximos.

DEMos e tucanos sempre foram especialistas em usarem consultorias, o mercado financeiro, e empresas de fachada para fazerem negociatas. Se fosse esse o caso de Victor Martins, pior para ele. Como disse o presidente Lula, irmão ou não de um ministro, todos são iguais perante a lei, e respondem à justiça e a polícia federal da mesma maneira, como qualquer brasileiro.

Mas, a princípio, o caso não parece ser este. Parece mais uma mera tentativa de assassinato de reputação e desvio de atenção, dada a falta de materialidade da reportagem, escrita com bases em meras especulações.

Há um claro desespero demo-tucano diante da operação Castelo de Areia, que levada a fundo, pode naufragar a candidatura de José Serra, e enterrar de vez na latrina da história três partidos de uma tacada só: o DEMos, o PSDB e o PPS.

Para se ver o quanto a "reportagem" falta consistência, tanto quanto o "boimate" ou "dólares cubanos", basta analisarmos alguns parágrafos:

Em trecho no Estadão diz, repetindo a Veja:

"Ainda conforme a denúncia, o diretor da ANP teria direcionado pareceres sobre concessão de royalties para favorecer prefeituras que contratassem os serviços da empresa da mulher. Por um desses contratos, de R$ 1,3 bilhão, a comissão seria de R$ 260 milhões."

Os absurdos:

1) R$ 260 milhões é um valor tão grande que é difícil de ser lavado em qualquer lugar do mundo, sem ter um sólido sistema privado e bancário por trás, para haver uma porta de saída do dinheiro do estado para bolsos privados. A reportagem não diz nada sobre isso.

2) A distribuição de Royalties é regulamentada por lei. Na disputa pelos Royalties, quem disse que uma prefeitura aceitaria passivamente perder participação para outra? Isso iria parar na justiça, e a prefeitura conseguiria facilmente fazer cumprir as regras de acordo com a lei.

3) Muitas das prefeituras e estados eram de oposição ao governo Federal. O estado do Rio de Janeiro era governado até 2006 por Garotinho que apoiou Alckmin e apóia Serra. A prefeitura do Rio de Janeiro era governada até o fim do ano passado por César Maia (DEMos).

Aqui fica a indagação:

Cesar Maia ou Garotinho pagaram suborno para desviar royalties como diz a revista?

Ou ambos aceitaram que a lei fosse descumprida em favor de outros estados e municípios passivamente?

Conclusão: essa "reportagem" não passa do grito "pega ladrão" dos demo-tucanos atolados até o pescoço, para desviar a atenção do eleitorado com os olhos voltados para a Operação Castelo de Areia da Polícia Federal.

E por falar em César Maia, a "reportagem" tem forte cheiro do dedo dele por trás, tamanho é o factóide, coisa em que César Maia é especialista.

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