Os jornais "The Wall Street Journal" e o Valor Econônico vão promover em 16 de março, em Nova York, o primeiro grande seminário internacional sobre o Brasil e a crise financeira global, . Para o evento, denominado "Brazil: Global Partner in a New Economy ", que terá a presença do Presidente Lula e de ministros da área econômica do governo entre os palestrantes, serão convidados 250 investidores e CEOs internacionais.
O objetivo do governo brasileiro, ao participar do seminário, no Hotel Plaza, é mostrar aos investidores e empresários a maneira como o Brasil atravessa o atual momento de crise mundial e os mecanismos que criou para manter os investimentos básicos em infraestrutura, produção e setor social.
Para o "The Wall Street Journal", a iniciativa faz parte do programa de expansão de atividades no Brasil e na América Latina. Há quase dois anos, o WSJ firmou parceria com o Valor e publica no jornal uma ou duas páginas diárias com noticiário econômico-finaneiro em português.
Pela primeira vez em várias décadas, o Brasil entra numa crise mundial com condições diferenciadas em relação aos demais emergentes e até na comparação com países do Primeiro Mundo. Essa constatação será pano de fundo para intervenções de representantes do governo brasileiro no seminário, entre eles a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Entre os empresários e financistas do Brasil estarão Roberto Setúbal (Itaú), Roger Agnelli (Vale), Marcelo Odebrecht (Grupo Odebrecht), José Sérgio Gabrielli (Petrobras), Antônio Francisco de Lima Neto (Banco do Brasil), Fernando Luis Rolla (Cemig), Alessandro Teixeira (ApexBrasil), Luciano Coutinho (BNDES), Antonio Mexia (EDP) e Sergio Rial (Cargill). Desta vez, a crise mundial pegou também as empresas brasileiras em condições substancialmente mais confortáveis que muitos de seus pares no mundo, dado seu baixo endividamento, e o sistema financeiro nacional muito mais sólido, em contraste com a situação de outras instituições internacionais.
O diálogo com investidores é oportuno e estratégico para o governo, pois mesmo com a economia mais sólida o agravamento da crise fez cair o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil. Nos três últimos meses de 2008, o saldo cambial ficou negativo em US$ 18,2 bilhões. Neste ano, a situação melhorou, mas o resultado até 6 de fevereiro ainda mostra perda de US$ 2,7 bilhões.
A taxa de rolagem da dívida externa também foi atingida. Em outubro, ainda ficou em 144%, o que significa que as empresas conseguiram recursos no exterior em volume superior ao vencimento dos débitos. Em novembro, o percentual ficou em 22% e em dezembro, em 47%. Em janeiro, até o dia 26, a taxa de rolagem subiu para 53%, ainda assim bem inferior ao da média de 2008, de 111%.
Voltado para atividades produtivas, o investimento estrangeiro direto também deve sofrer com a crise. Depois do recorde de US$ 45 bilhões em 2008, os analistas esperam US$ 23 bilhões em 2009. Em janeiro, até o dia 26, os investimentos estrangeiros diretos totalizaram US$ 2,1 bilhões. O BC espera US$ 2,5 bilhões para o mês fechado. O número é bom nas atuais circunstâncias, mas bem inferior à média mensal de US$ 3,75 bilhões do ano passado.
Depois de participar do encontro com investidores no Hotel Plaza, o presidente Lula terá, no dia seguinte, sua primeiro reunião com o presidente americano Barack Obama, em Washington. Obama pretende conversar sobre posições que serão tomadas pelos dois países na próxima reunião do G-20, marcada para abril, em Londres. O encontro foi acertado entre os dois presidentes em janeiro, quando Lula informou a Obama sobre sua participação no seminário do WSJ/Valor.
Leia:>Nada a declarar
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