Uma quadrilha acusada de acumular, no mínimo, R$ 100 milhões nos últimos dois anos praticando fraudes contra a rede pública de saúde nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais começou a ser presa na madrugada de ontem pela polícia paulista. Em operação da Polícia Civil com o Ministério Público e a Secretaria de Fazenda estaduais, cinco empresários que, supostamente, comandavam a chamada “máfia dos parasitas” foram detidas após 11 meses de investigação. Elas estão sob suspeita de crimes como corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas para paraísos fiscais na América e Europa.
Segundo a polícia, o esquema atuou fraudando licitações em 21 hospitais municipais e estaduais na região metropolitana e, ao mesmo tempo, vendendo material e equipamentos hospitalares de baixa qualidade para 29 prefeituras paulistas, fluminenses e mineiras. A quadrilha interferia nos pregões do governo do estado, superfaturava preços, subornava servidores públicos e entregava produtos ruins.
Pelo menos 11 empresas fornecedoras de insumos, remédios, materiais cirúrgicos equipamentos estão sob apuração. De acordo com a Polícia Civil, entre os suspeitos há nomes de pessoas já investigadas em casos como a Máfia dos Sanguessugas, a CPI do Banestado e o das irregularidades comprovadas no período de vigência do Plano de Atendimento à Saúde (PAS) na prefeitura de São Paulo – sistema cooperativado adotado nas gestões Paulo Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000) na rede municipal, que impedia legalmente o repasse de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) para a prefeitura e já foi extinto.
Na operação, os policiais cumpriram 23 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos 14 carros de luxo, cinco motocicletas, três lanchas e até um helicóptero, um Robson 40, que serviria às atividades do bando. Estima-se que os bens somem R$ 6 milhões. O juiz-corregedor Vinícius Piza Peluso decretou o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações para os principais envolvidos e empresas investigadas. Eentre os presos estão os empresários Renato Pereira Júnior e Marcos Agostinho Paioli Cardoso, proprietários da Home Care Medical, e Dirceu Gonçalves Ferreira Júnior, sócio da VidasMed e da Biodinâmica.
Estima-se que, só em pregões, os cofres públicos do estado tenham sido lesados em R$ 56 milhões. A Polícia não tem dúvida de que o grupo tem funcionários públicos entre seus integrantes. Já se sabe também que os líderes do esquema fizeram uma relação com nomes de 22 prefeitos de cidades do interior paulista que, por terem sido reeleitos, seriam pessoas com quem poderiam supostamente contar. Todos estão sendo investigados.
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