O ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), disse ontem que poderá concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em 2010. A candidatura é uma das "várias alternativas" avaliadas por ele, mas está condicionada ao consenso do partido em torno do seu nome. "Não descarto nenhuma possibilidade; a única coisa certa é que não vou participar de uma prévia". Para o ministro, se o escolhido para disputar o Palácio Piratini não tiver autoridade política para unificar a sigla ele será, na verdade, apenas um "meio candidato".
Genro já participou de uma prévia contra o então governador petista Olívio Dutra, que tentava concorrer à reeleição estadual em 2002. Ele venceu a disputa interna, mas o PT saiu dividido do processo e perdeu para Germano Rigotto (PMDB). Antes, ele também havia tentado chegar ao governo na eleição de 1990, mas na época o vencedor foi o pedetista Alceu Collares. Agora, o anúncio da disposição de voltar a concorrer ao governo gaúcho coincide com as demonstrações cada vez mais explícitas do Presidente Lula de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é a preferida dele para a sucessão presidencial. No fim de 2007 o movimento Mensagem ao Partido, organizado por Genro, também perdeu a disputa pela direção nacional do PT para o grupo Construindo um Novo Brasil, do deputado federal Ricardo Berzoini (SP).
Nas prévias realizadas no fim de semana passada em Porto Alegre, o pré-candidato apoiado por Genro, o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, da corrente Democracia Socialista (DS) e integrante do Mensagem ao Partido, foi derrotado pela deputada federal Maria do Rosário, do Movimento PT, que teve o apoio dos integrantes do grupo de Berzoini. Mas, para o ministro da Justiça, o resultado tem "zero" de implicação sobre a sucessão estadual.
Genro também afirmou que não fez qualquer acordo com Rossetto para a troca de apoios em 2008 e 2010. De acordo com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, os dois têm "identidade política" construída a partir da luta contra a crise ética enfrentada pelo PT a partir do escândalo do mensalão, mas, por enquanto, não existem debates sobre a eleição estadual. "Seria um erro falar em 2010", comentou.
Tanto o ministro da Justiça quanto Rossetto enfatizam que o movimento que integram vai se concentrar agora na aprovação do código de ética do PT até julho. Genro afirmou ainda que, apesar de sentir-se "vencido" nas prévias do fim de semana, reconhece a vitória "legítima" de Maria do Rosário e vai apoiá-la defendendo que a campanha da candidata estabeleça uma "identidade" com o programa "ético e político" do Mensagem do Partido.
"Mas o apoio do grupo ela (Maria do Rosário) terá que cooptar", disse. "Não somos uma corrente nem temos chefe". Rossetto, entretanto, já garante que "todos" os seus apoiadores nas prévias estarão engajados na campanha pela volta do PT à prefeitura de Porto Alegre.
A correlação de forças internas havia feito de Rossetto o favorito para vencer a disputa contra Maria do Rosário, mas ontem ele não quis avaliar os motivos da derrota. Já o ministro da Justiça reconheceu que o Mensagem ao Partido não conseguiu apresentar-se adequadamente como representante da "renovação" do PT, identidade que, "real ou não", foi atribuída por grande parte da base petista à deputada Maria do Rosário
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