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terça-feira, 18 de março de 2008

A tapioca está desandando


Cada vez mais desacreditada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da tapioca inicia hoje uma série de depoimentos em meio à ameaça da oposição em abandonar a investigação . Serão ouvidos hoje o ex-ministro do Planejamento Paulo Paiva, criador do cartão e que comandou a pasta no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB); o procurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Marinus Eduardo de Vries Marsico; e o representante do Ministério Público junto ao TCU Jorge Pereira de Macedo. Amanhã, a CPI pretende realizar os depoimentos dos atuais ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. A presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), passou a tarde de ontem reunida com assessores técnicos discutindo as regras para os depoimentos. Marisa tem dito a pessoas próximas que ainda é cedo para avaliar o futuro da CPI, que terá três meses para concluir os trabalhos. Dentro do PSDB, por exemplo, ela tem sido vítima de fogo amigo: o de senadores que cobram uma apuração rigorosa e o de setores que temem que a CPI atinja o governo de Fernando Henrique, deixando feridas.

“Doente”
Ontem, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), minimizou o clima pessimista que toma conta da investigação. Jogou a responsabilidade para os parlamentares que fazem parte da comissão. “Não posso avaliar se um doente está ainda numa situação favorável ou está terminal. Eu preciso ter um diagnóstico de quem de direito e o diagnóstico deve ser dado por aqueles que estão à frente das CPIs”, afirmou.

A CPI deve retomar na semana que vem a votação de requerimentos que pedem informações sobre o uso dos cartões corporativos. Maioria folgada na comissão, a base aliada do Palácio do Planalto vem sinalizando que não deixará aprovar nenhum pedido de abertura nos sigilos com o cartão pela Presidência da República. Na semana passada, aliados do governo aprovaram requerimento que pede todas informações sobre o assunto, excluindo qualquer coisa que trate das despesas sob segredo.

Sem força, a oposição topou um acordo: não votar o pedido dos dados secretos enquanto não forem ouvidos o ministro-chefe do Gabinete Institucional, Jorge Félix, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda. A CPI deve marcar os dois depoimentos para a próxima semana.

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