O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) subiu à tribuna ontem e voltou a defender um plebiscito que pode levar a um terceiro mandato consecutivo do Presidente Lula. “Poderemos aprovar o terceiro mandato do Presidente que está governando, desde que a sociedade aceite isso”, afirmou. “O Presidente da República pode promover um plebiscito — ganha no plebiscito e perde nas eleições. Ora, plebiscito não significa dizer que estará reeleito, pode ser um passo para a discussão”, ressaltou.
Desde o fim do ano passado,Devanir Ribeiro tem liderado um movimento a favor de que a sociedade vote a permanência ou não de Lula no poder depois de 2010. Publicamente, o Presidente tem se manifestado contrário a essa articulação, embora Denanir tente levá-la adiante. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu a lideranças do PSDB que fiquem atentas a esse assunto. Para ele, petistas podem insistir no tema caso o PT não encontre um nome viável para suceder Lula.
Ontem, Devanir tocou no assunto ao abordar a reforma política. Para ele, um plebiscito pode ser o início de uma mudança em nosso sistema. “Precisamos fazer uma reforma política séria. Não adianta ficarmos remendando o Código Eleitoral, definindo se vai ou não poder se filiar, se há prazo para atrair, se não há, se existe prazo para entrar, prazo para sair. Isso não é a reforma que temos que fazer.”
No discurso, Devanir foi interrompido pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). O pedetista evitou discutir o mérito, apenas elogiou a postura de Devanir de defender um plebiscito. “O deputado tem todo o direito de apresentar essa emenda constitucional. E me tranqüiliza quando fala, com o que concordo plenamente, que não poderá haver mudança em sistema eleitoral sem a participação do povo brasileiro.”
Já o petista José Genoino (SP) tentou minimizar a polêmica. Durante a fala de Ribeiro, ressaltou que é preciso evitar que o presidente da República conduza uma reforma política que deve ser feita pelo Congresso. “Acho que o presidente pode apoiar, mas devemos ter cuidado para que, no presidencialismo, não seja o indutor da reforma política.” O deputado Pepe Vargas (PT-RS) também pediu a palavra. E ficou em cima do muro. “Nosso partido assume uma posição contrária em relação ao terceiro mandato, mas reconhecemos o direito democrático de Vossa Excelência levantar a sua bandeira”, afirmou.
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