O Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 1,2% entre janeiro e fevereiro de 2008. Passou de 113,7 para 115,1 pontos, variação inferior à de 5,7% apurada entre os dois primeiros meses do ano passado. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o ICI cresceu 4,1% em fevereiro. Na mesma base de comparação, em janeiro, o avanço havia sido de 8,7%.
De acordo a FGV, a indústria continua aquecida no primeiro trimestre de 2008, mas em um ritmo menos intenso que o do segundo semestre de 2007. Para os próximos meses, diz nota divulgada sexta-feira pela FGV, as expectativas continuam favoráveis, sinalizando a continuidade do crescimento no trimestre fevereiro-abril e sustentação do otimismo com a situação dos negócios no horizonte de seis meses. Os estoques industriais caminham para uma situação de normalidade. A parcela de empresas que apontam estar com estoques insuficientes (sinal de aquecimento) permaneceu estável entre janeiro e fevereiro, em 9% do total. Já a proporção das que afirmam estar com estoques excessivos aumentou de 6% para 9%, o maior percentual registrado desde outubro de 2006 (11%).
Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), mais relevantes do que esses dados "são as novas informações sobre o grau de utilização de capacidade na indústria de transformação". Nota do Iedi observa que em fevereiro apurou-se um índice de utilização de capacidade de 84,7%, "um aumento frente aos 84,3% de janeiro. Em fevereiro do ano passado a elevação ocorrida foi muito maior, de 82,4% para 83,9%". Para o Iedi, essa é uma indicação de que de fato, retirando-se os efeitos sazonais, o grau de utilização da capacidade da indústria em fevereiro pode ter caído. Além disso, segundo dados dessazonalizados em bases trimestrais pela própria FGV, em janeiro de 2008 frente a outubro de 2007 o grau de utilização caiu de 85,8% nesse último mês para 85,3%.
Como não deve ter ocorrido um recuo da produção industrial nos meses de janeiro e fevereiro, diz o Iedi, a interpretação dos resultados acima resumidos é que investimentos realizados no passado se traduziram em aumento de capacidade de produção no período, mais do que compensando o crescimento da produção.
O Iedi também observa que, como houve aceleração da produção doméstica de bens de capital e das importações desses bens entre o último trimestre de 2007 e o primeiro bimestre de 2008, "é de esperar que o grau de utilização seja mantido em seu nível atual ou mesmo caia". E conclui que o atual nível de utilização é incentivador de decisões de investimento e não suscita ameaça à meta de inflação.
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração