A indústria automobilística deve fechar ainda nesta semana a marca de 5 milhões de carros flex vendidos. A soma, além de refletir o sucesso da tecnologia, trouxe ganhos verdadeiramente palpáveis ao inserir o Brasil no debate da segurança energética, ao ajudar as montadoras a obter recordes de vendas, a equilibrar o mercado doméstico de combustíveis e a contribuir para o desenvolvimento sustentável.
As dúvidas sobre o uso da tecnologia vão se dissipando à medida que cresce a frota. Atualmente, 87,5% dos carros e comerciais leves vendidos no Brasil utilizam o sistema que permite o uso de gasolina ou álcool em qualquer proporção. Desde o lançamento do primeiro modelo flex , o Gol (VW), em 2003, nem mesmos os mais céticos têm dúvidas sobre a eficiência da tecnologia, que encontrou no país as condições ideais para se proliferar e conquistar adeptos. Fatores tais como ser o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar e ter uma boa rede de postos de abastecimento em todo o território desde a instituição do Proálcool, em 1975, levaram o modelo brasileiro a ser invejado até por potências, como os Estados Unidos, que procuram desesperadamente alternativas para o uso do petróleo.
Segmento aquecido
O flex ganha força justamente em um momento de boom do mercado de vendas de carro, que só no ano passado cresceu 27% e dá mostra de muito vigor em 2008, com crescimento de 39% no bimestre.
O mercado impulsiona o flex e o flex impulsiona o mercado - avalia Carlos Louzada, diretor-superintendente da TBM Consulting.
Se mantiver o ritmo de produção e vendas, o Brasil atingirá até o fim do ano a marca de 7 milhões de veículos bicombustíveis, numa trajetória meteórica e impressionante.
Quem disser que há cinco anos já previa o sucesso do flex, está mentindo - reconheceu Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da General Motors. - No Brasil, a gente sempre fica desconfiado até que as coisas acontecem de fato.
Bons exemplos da GM são o EconoFlex, que melhorou os índices de consumo e funciona bem tanto com álcool como com gasolina, e a S-10 flex, novo modelo que vende o dobro do convencional.
O biodiesel será o próximo passo na evolução de combustíveis no Brasil, acredita André Beer. O consultor afirmou que a tecnologia, quando ajustar o refino e a produção do combustível, vai surpreender o mundo, como está ocorrendo com o sistema flex.
Quando o Brasil ajustar a produção do biodiesel, a partir da soja, vai dar um salto e se tornar mais independente.
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