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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

MELHORES DO ANO DA PILANTRAGEM – TUDO É QUINTO – SÓ O “MEU” QUE É DÉCIMO



Um desses dias que você sai andando sem nada para fazer ou fazendo alguma coisa, num dado momento você percebe que em cada estabelecimento que entra, seja para comprar um treco qualquer, ou para olhar, tem sempre um diploma de “melhor do ano no setor...” ou “honra ao mérito por ter ajudado uma velhinha a atravessar a rua”.

Aí, bate os olhos em quem emite o tal certificado e está lá invariavelmente ou um jornal, ou uma entidade de classe e em qualquer desses diplomas de cara de pau, a expressão marketing é obrigatória.

O jornal ESTADO DE MINAS, um dos mais corruptos da chamada grande mídia, aquele lugar que quando você entra na sala da “diretoria” segura a carteira, junto com a FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais) – prima pobre da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), concedem o tal melhores do ano.

Pagou levou. O diploma tem preço fixo, mas há uma tabela variável para o tamanho dos elogios. Meia página, página inteira, com foto, sem foto, o “presidente” sorridente cercado de meia dúzia de pobres coitados também sorridentes. Ou o diretor, o dono, o que seja, na felicidade paga da hipocrisia do “melhor do ano”.


Você pode ser o melhor do ano em pilantragem e boa parte dos “melhores” o são, pelo menos os que vi. Pagaram o título, o diploma, a honra, lógico, posto em moldura para ornamentar as salas dos adoradores de matrizes nas sedes suntuosas do banditismo em cima de pobres coitados lesados diariamente, enriquecendo meia dúzia de espertalhões e tornando mais aparecidos e exibidos chantagistas de meia pataca montados em pastas repletas de luzes natalinas.

São os tais elevadores do mundo real que quando abrem a porta dão de cara com um abismo no quinto andar, onde balcões podem ser pulados, tudo é quinto. Menos, óbvio, a tal “minha parte”. Essa é décimo.


Como fazem diferença dois “s” de um “c”.


Tem que faça e quem deixe fazer.

Um auditor de contas hospitalares me explicava outro dia como funcionam os “negócios” que geram as sedes suntuosas visíveis e as invisíveis (bem guardadinhas nas pastas). A resposta está no esparadrapo e no mercúrio cromo transformado em spray. O que me impressiona é a cara de pau mesmo. Quando você imagina que pára por ali não. O sujeito vai à festa da outorga (putz) do tal diploma, leva a família inteira, comunica aos subordinados, a quem mais dependa da arapuca, sempre na propaganda enganosa do bom “negócio”, levanta e recebe o aplauso de pilantras iguais, todos conscientes da farsa, mas convencidos que são melhores de fato em alguma coisa.

Fazem discursos agradecidos, emocionados, recebem parabéns, tapinhas no ombro.... Olha, o cara tem que ser muito cretino, mas além da cretinice máxima, indizível como dizia um deputado amigo meu quando se referia a bandalheiras.

E são. Melhores em madeira de lei. Você bate na cara e faz toc toc.

Quando vi essa história de me engana que eu gosto (tem que goste), lembrei-me de um conhecido que preocupado em dar uma lembrança aos empregados de sua empresa no dia das mães, tanto às mães que lá trabalhavam, como os maridos e funcionários para levarem às respectivas esposas e mães, sem saber como economizar e fazer a média, comprou blocos de “diploma de mãe exemplar” e entregou um a cada um em “solenidade” com traje passeio completo.

Sugiro a criação dos “piores do ano”. Contraponto à sem vergonhice travestida de seriedade na gestão de qualquer área das velhas trampolinagens do dito mundo real.

E não vale superfaturar esparadrapos de comum acordo com o cara lá da contabilidade.

Nem comprar troféu de lata para os prêmios de melhor encaçapador.

Sabe por que? São porcos.

Pena que sejam tantos os incautos. Quando percebem nem sempre tem tratamento.

Por:Laerte Braga

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