As Nações Unidas acrescentaram mais um alerta sobre os perigos que a economia mundial enfrentará nos próximos meses. Para a organização, as recentes turbulências mostraram que é arriscado demais deixar que os Estados Unidos continuem sendo a única locomotiva econômica do mundo. Por isso, é preciso que Europa e Japão reajam para evitar uma crise global.
Em seu relatório de perspectivas para 2008 lançado ontem, a ONU já estima uma queda moderada no crescimento mundial, dos 3,7% de 2007 para 3,4%. No cenário pessimista em que se materializaria o temor de uma recessão nos Estados Unidos, a expansão mundial cairia a menos de metade, para 1,6%.
Assim como em outros estudos recentes, no relatório da ONU, os países emergentes, entre eles o Brasil, seriam menos afetados por uma desaceleração nos Estados Unidos, mas não ficariam imunes a uma recessão. O estudo repete a previsão de crescimento do Brasil para 2008 feita pelo Banco Central, de 4,5%.
O relatório observa que o crescimento mundial no último ano foi robusto e amplo, mas adverte que há um perigo claro e presente que poderá levar à quase estagnação em 2008.
Para o diretor da Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento), Heiner Flassbeck, as incertezas espalhadas pela crise do subprime (hipotecas de alto risco) a partir de agosto nos EUA continuarão a rondar a economia mundial.
Se os EUA reagirem nos próximos meses, o estudo da ONU estima que o crescimento da economia americana em 2008 sofrerá uma queda apenas moderada, de 2,2% em 2007 para 2% neste ano. No cenário pessimista, a expansão cairia para 0,1%, configurando um quadro de recessão que afetaria o mundo todo.
Para evitar isso, a ONU pediu uma ação mundial coordenada e, sobretudo, a reação de outras potências econômicas. As maiores críticas foram reservadas ao Banco Central Europeu (BCE), por sua recusa em cortar os juros.
Davos
Incertezas econômicas e políticas também marcaram as previsões feitas ontem pelo grupo que organiza o Fórum Econômico Mundial de Davos.
No relatório, é apontado o perigo de uma recessão nos EUA. O Fórum enumera os riscos emergentes para a próxima década. Entre eles, problemas no abastecimento de alimentos e energia e riscos no sistema financeiro mundial.
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