Dois ministros do governo Lula entraram para as estatísticas de vítimas da criminalidade urbana no Brasil no final de 2007. Um deles é o ministro da Justiça, Tarso Genro, chefe da Polícia Federal. Outro é Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário. Por coincidência, ambos são gaúchos e tiveram o Natal estragado por dois assaltos cometidos em Porto Alegre.
Tarso Genro amargou um prejuízo de R$ 5,7 mil. No dia 21 de dezembro, um funcionário do escritório dele em Porto Alegre foi assaltado. Os bandidos levaram o dinheiro, referente a uma prestação da venda de seu escritório de advocacia. O ministro repassou sua parte na empresa aos sócios há sete anos e combinou receber o pagamento em 120 parcelas. Todo mês, um mensageiro do escritório político do ministro recebia o dinheiro e levava o envelope para depositar no banco.
Segundo o Boletim de Ocorrência, registrado na 3ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, no dia 20 de dezembro, às 10h, o mensageiro Eduardo Trento dirigia o veículo do escritório de Tarso “quando percebeu uma motocicleta vermelha sendo tripulada por dois homens de capacete”. Ele conta que “a moto fechou à frente da vítima e o caroneiro desceu com a arma apontada”. Os ladrões fugiram levando o dinheiro e algumas fichas de vale-transporte.
Tarso sofreu um duplo prejuízo. É que antes de fazer o pagamento, seus antigos sócios fazem o recolhimento do Imposto de Renda na fonte. Ou seja, ele pagou o imposto e não recebeu o dinheiro. Os recibos da Receita também foram roubados.
O inferno astral de Tarso com a segurança não acabou aí. Dois dias depois, quando saía para uma caminhada nas ruas de Porto Alegre, ele e mulher, Suzana, foram atropelados enquanto atravessavam a faixa de pedestres, às 7h. O motorista acelerou assim que o semáforo abriu, sem perceber que havia pessoas na faixa. Os dois não chegaram a se ferir com gravidade. O episódio deixou de lembranças escoriações e um grande susto. O Ministério da Justiça também é responsável pela legislação de trânsito no Brasil.
Surrealismo
O assalto sofrido pelo ministro Guilherme Cassel ganhou toques de surrealismo. Nem tanto pelo roubo, mas pela ação da polícia. Ou melhor, falta de ação. Ele passava o Natal com a família em Santa Catarina quando sua casa em Porto Alegre foi arrombada. O crime foi descoberto pela faxineira no dia 26 de dezembro. O ladrão levou um aparelho de TV, dois de DVDs e vários outros eletrodomésticos. A queixa foi registrada pelo irmão do ministro, com testemunho de vizinhos.
Quando o ministro voltou para casa e leu o Boletim de Ocorrência, surpreendeu-se. O ladrão tinha sido reconhecido pela vizinhança. “O boletim tinha o nome dele, o endereço e até os nomes do pai e da mãe”. Com o documento na mão, ligou para a delegacia. Os policiais informaram que não tinham começado a investigação porque estavam com a equipe reduzida. Culpa dos feriados de fim de ano, explicaram. O ministro ainda tentou argumentar que se a polícia demorasse, o ladrão venderia o produto do roubo. Não adiantou. “Já desisti”, confessa, depois de mais telefonemas frustrados para a delegacia.
“Me sinto inseguro. Quando você é assaltado, sente-se muito frágil. Sua privacidade é invadida”, diz o ministro. Por precaução, ele instalou alarme em casa e contratou uma empresa de segurança.
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