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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Não podemos nos dividir no apoio ao Presidente Lula - Parte 2

Leia a nota acima (parte 1) antes de ler esta, porque é uma continuação.

Olhando para o passado, nós passamos anos lutando contra a ditadura sustentada pelos demos, e quando conseguimos ganhar a democracia, os primeiros herdeiros foram os demo-tucanos.

Essa democracia era aquela da fábula do Seu Juca, onde só a urna chegava, mas o acesso à riqueza e ao bem estar social nunca chegou.

Pelo contrário, os governos demo-tucanos empenharam-se em fazer os ricos mais ricos, tirando dinheiro da classe média, e deixando os pobres completamente abandonados.

Foram necessárias mais 4 eleições para Presidente Lula chegar ao governo, depois de 3 eleições onde o Presidente Lula e outros candidatos do segmento popular, como Brizola, sofreram todo tipo de golpe baixo, ataques e campanhas difamatórias pela imprensa.

Chegar ao governo, com a constituição de 88, não é necessariamente chegar ao pleno poder. Chega-se apenas à parte do poder. O Congresso é muito forte no Brasil, enfraquecendo o poder do presidente. A CPMF foi derrubada pela minoria e só no Senado.

Uma simples comissão de ética no Congresso, sem provas consistentes, pode cassar um representante eleito pelo povo com milhões de votos, baseado em reportagens de revistas e meras suspeitas não comprovadas.

Não adianta o governo fazer boas leis, boas políticas sociais, se o Congresso as vetar. Quem perde com isso é o povo.

Para fazer política nessa situação, podemos e devemos exigir princípios morais, mas não dá para exigir perfeição.

A política atual é escrita por linhas tortas. Cabe eleger presidentes como o Lula, e pessoas como ele no Congresso, para consertar esse sistema nos próximos anos.

É muito bonito defender um purismo na política, e todos nós defendemos idealmente, mas cair nessa conversa e fazer esse jogo, onde purismo só vale para o presidente Lula, enquanto a oposição e os outros candidatos podem fazer o jogo sujo que bem entendem com total apoio da imprensa, seria perder todas as eleições para sempre, e deixar todos os "Seus Jucas" só com a urna na mão e a saúde, educação, emprego, voando.

Não se trata simplesmente de usar os meios para chegar aos fins.
Não se trata de nos rebaixarmos às práticas deles das oposição.

Trata-se de usar o veneno da oposição para fazer o soro que cura, assim como é feito contra o veneno de cobra.

É por isso que em 2002 o presidente Lula fez coligações com partidos de centro e de centro-direta, e para governar ampliou os acordos com mais partidos.

Pessoas como Zé Dirceu, aliado do presidente Lula que tinha habilidades de articulação política com antigos adversários, tiveram um papel histórico fundamental nessa fase.

Comparando ao futebol, Zé Dirceu foi como aquele cabeça-de-área escalado para jogar duro contra um time catimbeiro, apitado por um juiz ladrão.

É claro que isso tem um custo. Comparando ao futebol, Zé Dirceu foi expulso de campo junto com a oposição. Mas o jogo está sendo ganho pelo time do Presidente Lula.

Para fazer coligações no Congresso, sempre tem aqueles que exigem cargos no governo. Alguns querem ajudar governar por espírito público, outros querem se promover com os cargos para candidatarem-se a governador de seu Estado, a prefeito da sua cidade, ou a Senador. Querem prestígio político. Outros querem usar os cargos para cometer atos de corrupção.

Isso é a política brasileira, e este Congresso, com quem o presidente Lula tem que governar, também foi eleito até 2010.

Poderíamos até nos conformar com isso, e aceitar como inevitável haver corrupção no governo imposta pelos partidos da base de apoio, levando em consideração ser uma etapa para que os milhões de "Seus Jucas" subam na vida, e deixar uma moralização maior para os próximos anos, para as próximas eleições.

Mas não nos conformamos com isso, não.

O governo Lula, com a mesma mão que nomeia ministros indicados pelos partidos que trocam cargos por apoio no Congresso, nomeia uma Polícia Federal, uma Controladoria Geral da União e uma Receita Federal, independente de nomeações políticas, para fiscalizar os outros nomeados aos cargos.

É por isso que ex-ministros envolvidos em maracutaias perderam o cargo e estão tendo que acertar as contas com a justiça.

Esse processo é inovador na história do Brasil e faz o Brasil avançar muitos anos na moralização do Estado.

No início do governo Lula, Zé Dirceu era o articular político com os partidos da base de apoio. Logo, todas as pressões de quem queria se infliltrar no governo, seja com boas ou más intenções, caíam na mesa dele, e ele quem tinha que segurar a "batata quente".

Um desses infiltrados era o Roberto Jefferson. Até que a Polícia Federal bateu na porta do genro dele. No dia seguinte, ao não conseguir proteção do governo para abafar o caso, ele denunciou o caixa-2 dos partidos dizendo que era um mensalão. O resto foi festa da oposição.

Esqueçam o que os jornais e as TV publicaram. O que de fato algum empresário ganhou do Zé Dirceu no governo? Nada. Pelo contrário perderam. Todos os Bancos e agências de publicidade envolvidos no dito mensalão foram autuados pela Recita Federal em milhões. Clique aqui e comprove.

O Zé Dirceu talvez possa ter enrolado muita gente interessada em corremper o governo, possa ter acenado que iria favorecer alguém para conseguir apoio durante algum tempo, inclusive financeiro para campanha, mas nunca qualquer favorecimento chegou aos cofres públicos.

Tudo ficou limitado ao caixa-2 de campanha ser compartilhado entre os partidos da base de apoio.
O que cada partido faz com o dinheiro de seu caixa, aí cada um que responda por seu partido e pelos seus membros.

Nunca existiu mensalão da forma como foi publicado.
O financiamento de campanha com recursos de caixa-2 entre partidos coligados nas eleições é outra coisa completamente diferente.

Eu não sei da vida do Zé Dirceu, não sei das suas verdadeiras intenções. Para mim tudo são hispóteses.
Lembrem-se dos "testes de hipóteses" das Organizações Globo na época do acidente da TAM, do tal "grooving".
Lembrem-se do Alerta Amerelo da Eliane Cantanhêde.
Esse mesmo tipo de denúncia foi usado contra o Zé Dirceu.

O que sei são os fatos que são públicos e notórios:

Sei que ele ainda é uma liderança respeitada por muitos dentro do PT, e muitos outros são rivais dele dentro do partido. É legítimo que ele e seus adversários no PT se enfrentem, inclusive denunciando seus defeitos. Mas não recorrendo as armas sujas e falsas da oposição e da imprensa demo-tucana, que no dia seguinte serão usadas em direção ao Presidente e seus aliados.

Zé Dirceu teve seus sigilos bancários e telefônicos mais do que quebrados, vasculados. Não acharam nada. Quantos políticos da oposição resistiriam a uma devassa dessas?

Zé Dirceu não renunciou. Poderia ter renunciado e ter sido reeleito. Estaria hoje no Congresso. Preferiu enfrentar a cassação. Nenhum corrupto faria isso.

Zé Dirceu foi vítima da ditadura. Ninguém vive na clandestinidade por quer. Vive por ser perseguido. Durante a ditadura também havia delação premiada. Quem mudasse de lado e dedurasse tornava-se protegido (O Cabo Anselmo fez isso). Se Zé Dirceu fosse um mero oportunista poderia ter feito isso e se dado muito melhor do que viver clandestinamente como comerciante no interior do Paraná.

Criticam o fato de Zé Dirceu exercer suas atividades profissionais para empresas privadas. Mas o que ele está fazendo de ilegal, de errado, de contrário aos interesses públicos? Nunca vi nada em suas atividades que possam representar prejuízos para os cofres públicos (a não ser os "testes de hipóteses" da imprensa).
Quem foi beneficiado pelas atividades de Zé Dirceu que trouxe prejuízos ao Brasil? Se aparecer algo, aí sim poderemos criticá-lo.
Se ele está conseguindo sua renda honestamente através de pessoas ricas, é melhor do que fazem os demo-tucanos que esfolam nossos bolsos em tarifas bancárias, favorecendo aumentos de planos de saúde, pedágios, etc.

Duvido que ele goste de estar cassado politicamente, e ter que trabalhar para grandes empresas. Mas o que ele deveria fazer? Pedir a aposentadoria de deputado, que ele recusou, e viver sem trabalhar?

Isso tudo não significa que Zé Dirceu esteja acima do bem e do mal. Se chegarem de fato a provas contra ele, que ele responda à justiça, e nós publicaremos. Mas não com base nas falsas denúncias da oposição e da imprensa.

De tudo isso, uma coisa eu tenho certeza: tudo o que sai além da conta na imprensa demo-tucana contra o Zé Dirceu é para atingir e derrubar o governo Lula.

Tudo será usado pelos aliados de Serra, Kassab e demais demo-tucanos nas eleições municipais de 2008.
Será, não! Já está sendo usado.

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