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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Moralista, mas nem tanto


O pedido de licença do suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) para defender-se das acusações de sonegação de impostos e irregularidades em concessões de emissoras de rádio e TV pode frustrar as expectativas do DEM de recuperar uma cadeira para sua bancada no Senado e manter sob sua custódia um voto caro ao governo. O partido, que nos últimos dias ameaçou expulsar Lobão Filho para não se contaminar com as suspeitas que pesam contra o suplente do novo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, recuou no discurso agressivo e defende agora apenas uma prestação interna de explicações. Três vagas menor do que entrou no Senado em 2007, o DEM agora prefere contemporizar.

Para ter expulsão tem que ter motivos e o estatuto da legenda não prevê esse tipo de punição - defende o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), autor de um projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Casa que disciplina a suplência de senadores.

Lobão Filho usou laranjas para ocultar sua participação na distribuidora de bebidas Schincariol no Maranhão. Também é investigado pelo Ministério Público de comandar uma rede de sonegação de impostos no Maranhão que já teria conseguido sonegar R$ 42 milhões desde 2000. Ainda assim, o suplente não é hostilizado pela bancada do DEM.

Vamos pedir explicações a ele, sim, mas não podemos condenar ninguém já de início - contemporiza Demóstenes Torres do PFL/DEM de Goiânia.

Por trás da fala conciliadora, reza a necessidade da legenda, que em um ano perdeu para a base governista os senadores César Borges (PTB-BA), Romeu Tuma (PTB-SP) e Edison Lobão (PMDB-MA), recuperar espaço no Senado. Caso Lobão Filho se licencie, assume em seu lugar o segundo suplente Remi Ribeiro (PMDB-MA), presidente do diretório maranhense do PMDB e fiel ao Presidente Lula.

Cioso de cada voto que consegue somar no plenário do Senado, sobretudo tendo à frente a votação da indigesta medida provisória que aumenta a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada aos bancos, o governo defende, a portas fechadas, o licenciamento de Lobão Filho. Justo por esses motivos, conta um senador democrata, o DEM quer manter por perto Lobão Filho.


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