Pages

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fusão


O Conselho de Administração da Petrobras vai aprovar hoje, durante reunião na sede da empresa, no Rio, a proposta de compra dos ativos de distribuição da americana Exxon Mobil no Brasil. Um graduado executivo da estatal, que pediu para não ser identificado, afirmou a intenção da Petrobras de apresentar uma oferta sozinha pelo controle do conjunto de ativos - que inclui a 5ª maior rede de postos do país - mas não exclui a possibilidade de composição com outro concorrente, como o grupo Ultra. A formação de um consórcio possibilitaria à estatal, de acordo com esse executivo, driblar as prováveis restrições ao negócio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Responsável por uma participação de 7,2% do mercado brasileiro de combustíveis, por meio da marca Esso, a Exxon pretende se concentrar no segmento de exploração e produção de petróleo no Brasil. A intenção é sair do mercado brasileiro de distribuição de combustíveis, no qual está presente há 96 anos. Embora a companhia americana tenha colocado à venda todos os ativos de distribuição no continente sul-americano, o executivo da Petrobras revelou que um acordo firmado pela empresa no ano passado com a presidente argentina, Cristina Kirchner, impede que a Petrobras estenda a oferta aos postos do país vizinho.

Caso recorra a uma composição com o grupo Ultra, a Petrobras reeditará a parceria formada em março do ano passado para comprar os ativos do grupo Ipiranga. Na ocasião, Petrobras, Ultra e a petroquímica Braskem, do grupo Odebrecht, formaram um consórcio por meio do qual dividiram os ativos da Ipiranga. Com a divisão do bolo, a Petrobras tornou-se detentora de 46,7% do mercado de distribuição de combustíveis do Brasil, consolidando uma liderança considerada monopolista pela concorrência. O negócio também marcou a entrada do Ultra, da família Igel, no mesmo segmento, onde agora detém a segunda colocação, com uma fatia de 15,6%.

Proposta isolada ou consórcio

Com relação à rede da Esso, a primeira opção da estatal é fazer uma proposta isolada. Como o processo envolve várias etapas, devido ao número de concorrentes, existe a possibilidade de formação de um novo consórcio, em um segundo momento, que contribuiria não só para reduzir as restrições dos órgãos de defesa da concorrência no país, como também para dividir os riscos do negócio. A expectativa é de definição da concorrência em março.

Comenta-se no mercado que a lista de grupos brasileiros interessados inclui, além da Petrobras e o Ultra, as distribuidoras anglo-holandesa Shell, a brasileira AleSat e o fundo de investimento GP Participaçõs em parceria com a americana Ashmore. Entre os argentinos, o rol de interessados inclui os empresários Marcelo Mindlim, Enrique Eskenazi - que recentemente fez uma proposta de compra da antiga YPF para a espanhola Repsol - Eduardo Eurnekian e Carlos Miguens Bemberg.

Se por acaso tivermos que enfrentar restrições à aquisição pelo Cade, aí poderemos, sim, fazer uma composição com algum outro interessado - esclarece o executivo.

Caso venha a adquirir a fatia da empresa americana no mercado brasileiro de combustíveis, a Petrobras passará a deter uma participação de nada mais, nada menos que 53,9% do mercado brasileiro.

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração