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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

De olho nos gazeteiros


Récem-empossado para um mandato-tampão de um ano na Presidência do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) anunciou que se dedicará durante o recesso a encontrar uma fórmula capaz de recuperar a imagem da Casa. Promete um pacote de medidas após o carnaval, mas já admitiu um certo constrangimento para confrontar velhos hábitos dos colegas, como a contratação de parentes. “Eu não posso pedir que os senadores mudem comportamentos adotados sistematicamente. Eu não tenho como virar justiceiro, nem vou fazer nenhuma revolução. Eu tenho que ser realista, senão vou perder o apoio que eu conquistei nas minhas eleições, afirmou o presidente.

E parece que Garibaldi Alves terá muitos problemas pela frente.Desde 1º de fevereiro, quando os integrantes da atual legislatura tomaram posse, houve 47 quintas-feiras. O Senado marcou sessões deliberativas em 42 delas — as demais foram desconsideradas porque coincidiram com feriados, vésperas de feriado ou com o recesso parlamentar de julho. Levantamento feito pelo mostra que somente em cinco quintas houve votações em plenário de projetos, medidas provisórias ou propostas de emendas constitucionais. São apenas 10% do total.

O parlamentar defende a idéia de divulgar pela internet as ausências dos colegas. “Se fizermos disso uma coisa metódica, sistemática, não vejo dificuldade. Os meus colegas, com certeza, não vão sentir nenhum constrangimento em divulgar sua presença na internet. Se é isso, vamos fazer”, avaliou o peemedebista. Apenas duas sessões deliberativas realizadas no ano reuniram todos os 81 senadores: as reuniões que livraram Renan Calheiros (PMDB-AL) da cassação

Entre 6 de fevereiro e 12 de dezembro de 2007, os senadores registraram 1.545 faltas nas 119 sessões reservadas para votações de projetos em plenário. A média de ausências registrada ficou em 16,05%. Depois da dupla absolvição de Renan, as duas sessões de 12 de dezembro, quando o Senado elegeu o seu novo presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e em seguida derrubou a proposta que prorrogava a CPMF, foram as mais disputadas pelos senadores. Somente um deles esteve ausente.

Sessão de Natal
Garibaldi pretende realizar sessão ordinária hoje, véspera de Natal. O calendário legislativo prevê recesso a partir de hoje, mas a coincidência com o fim de semana transferiu a última reunião do ano para o dia 24. Apesar de confirmá-la na última sexta-feira, nem ele acredita que conseguirá realizá-la diante do número reduzido de colegas que apareceram ontem para trabalhar.

O potiguar fez um apelo aos colegas que vão passar o Natal em Brasília para que compareçam ao Congresso na próxima segunda. “Eu espero que a imprensa compreenda que não é fácil nem agradável trazer os senadores para cá na véspera de Natal, ainda mais quando tantos moram tão longe de casa”, afirmou o presidente, incrédulo do poder de convencimento. O regimento interno do Senado exige pelo menos quatro senadores em plenário para que a sessão ordinária seja aberta.

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