O fantasma de um terceiro mandato para o Presidente Lula perturba o sono da oposição. Os adversários do governo não querem ouvir falar de nenhum tema semelhante. Por isso, integrantes do DEM espernearam esta semana contra projeto relatado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acaba com a reeleição e aumenta o mandato presidencial. Mas ontem, eles decidiram fechar um acordo com a base aliada. O parecer de Cunha foi lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas a votação foi adiada para o próximo ano.
O peemedebista analisou se 34 propostas de emenda à Constituição (PECs) eram constitucionais. Cunha aceitou 30 projetos, que tratam dos mais variados temas. A maioria tem o objetivo de acabar com a reeleição para integrantes do Executivo, alterar o tamanho dos mandatos para que as eleições sejam gerais e pôr fim ao voto obrigatório. A oposição está certa, porém, de que, ao passar pela CCJ e chegar à comissão especial que vai elaborar apenas um texto, deputados aliados incluirão a idéia de terceiro mandato para Lula.
Por isso, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) está decidido a evitar que o projeto deixe a CCJ. Na terça-feira, ele comandou incisiva obstrução para impedir votação de qualquer proposta na comissão. Mas ontem, preferiu o acordo que permitiu a leitura do parecer de Eduardo Cunha. ACM Neto avaliou que não seria capaz sozinho de manter por muito tempo a obstrução. Pelo segundo dia consecutivo, os tucanos não participaram do debate do assunto.
Defesa
Apesar de estar no campo oposto e de negar que os projetos tenham a intenção de permitir a Lula disputar mais uma eleição presidencial, Eduardo Cunha também comemorou a leitura do relatório. “Pelo menos o assunto foi para a pauta, para a mídia, para a população”, festejou. Mesmo com as negativas reiteradas dos aliados, de qualquer interesse no terceiro mandato, durante a sessão da CCJ o deputado Carlos William (PTC-MG) fez uma defesa da idéia. “Se houver a possibilidade de discutir o assunto não será por meio das vozes roucas das ruas, mas das vozes felizes das ruas, a partir de uma comissão ou de uma PEC”, defendeu o mineiro, um dos parlamentares que articula a apresentação de um projeto para permitir a re-reeleição.
Ontem também a Executiva Nacional do aliado PTB decidiu condenar a possibilidade de terceiro mandato para Lula. “Dizem que essa idéia não pega no Brasil. Conversa. Pega sim, disse o presidente do partido, Roberto Jefferson. O petebista deixou aberta, porém, a possibilidade de a legenda apoiar um candidato a presidente indicado do Palácio do Planalto. Jefferson fez muitos elogios à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “A Dilma é um avião. Moralizou a Casa Civil. Ela limpou a sacristia que pecava na ante-sala do altar”, ironizou,
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