A fortuna do falecido ditador chileno Augusto Pinochet seria proveniente de comissões pelo comércio de armas, além de desvios de verbas públicas, segundo acusação que consta no processo contra parentes e ex-colaboradores do general.
Como parte das alegações finais no processo de desvio de verbas para contas secretas do ditador, o Conselho de Defesa do Estado (CDE, espécie de Ministério Público) denunciou o pagamento de comissões por empresas bélicas da Grã-Bretanha e da Holanda.
"A origem são fundos reservados, que são fundos do Estado chileno", disse a jornalistas a procuradora María Teresa Muñoz. "E a outra origem são as compras de armas subscritas pelo Exército do Chile, onde foram geradas comissões que chegaram via depósitos às numerosas contas do general, principalmente da empresa BAE da Inglaterra e de várias outras da Holanda."
Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, sem ter sido punido pela existência de contas secretas, onde havia pelo menos 27 milhões de dólares, nem pelos abusos a direitos humanos ocorridos no seu regime (1973-90).
A denúncia do CDE também foi referendada pelo juiz Carlos Cerda, encarregado da investigação das 130 contas secretas descobertas dentro e fora do Chile a partir de um relatório do Senado norte-americano em 2004.
No sábado, a Corte de Apelações de Santiago determinou a libertação da viúva, dos filhos e dos ex-colaboradores de Pinochet.
[Parece que lá também existem juízes que pensam como Marco Aurélio de Mello.]
Pelo menos 3.000 pessoas morreram ou desapareceram durante a ditadura de Pinochet, e 28 mil outras foram torturadas, inclusive a presidente Michelle Bachelet.
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