Jejum: ex-governador do Rio perdeu quatro quilos. Greve de fome durou 11 dias, mas não proporcionou ganhos políticos
Em protesto inédito, Garotinho surpreende o País e perde candidatura à Presidência
Em plena campanha por sua pré-candidaturaà Presidência da República e com boa posição nas pesquisas eleitorais, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho decidiu entrar em greve de fome. A radical atitude, que durou de 30 de abril a 11 de maio, foi um protesto contra o que chamou de “campanha sórdida e mentirosa” para destruir sua imagem, segundo ele, orquestrada pela mídia. Garotinho alegou, em carta pública, que a imprensa pretendia ridicularizar sua candidatura pelo fato de ele representar o rompimento com um modelo econômico “que traz fome e miséria a milhões de brasileiros”. Para interromper o jejum, Garotinho queria assegurar direito de resposta às denúncias de que foi alvo e a garantia de uma supervisão internacional ao processo político eleitoral brasileiro. A greve de fome, entretanto, foi considerada desastrosa para o candidato, que teve a imagem desgastada e enfrentou o desaquecimento da campanha em torno de seu nome para a sucessão presidencial. Na verdade, o fato acabou dando visibilidade à crise interna no PMDB: ter ou não ter uma candidatura própria à sucessão presidencial?
Enquanto o partido rachava em torno da questão, Garotinho se mantinha recolhido na sede do PMDB, no centro do Rio, onde correligionários e militantes se revezavam em discursos inflamados de apoio ou entoando músicas transformadas em hinos de resistência à ditadura militar, como Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Sua imagem prostrado no pequeno sofá que lhe servia de cama, sob supervisão médica, foi alvo de críticas da imprensa e de inimigos políticos. O protesto, até então, inédito na política, não foi capaz de mudar os rumos das eleições nem de alterar a intenção do PMDB, que cravou seu apoio ao governo Lula – vitória da corrente liderada pelos senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL).
O ex-governador só encerrou a greve de fome depois que a Justiça concedeu duas liminares que obrigaram parte da imprensa a conceder a ele direito de resposta. Sua segunda exigência – para que uma instituição estrangeira monitorasse o processo eleitoral – foi assumida pela Fundação Jimmy Carter, mas acabou se tornando inútil aos interesses de Garotinho, a essa altura, fora das disputas. Aos 46 anos, ele sabe que tem tempo para nova tentativa. E já avisou que voltará à batalha.
Helena
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