A necessidade de controlar os meios de comunicação em todo o mundo nasceu, em Washington, após a derrota militar e política no Vietnã. O processo fez parte da estratégia, em plena guerra fria, de criar a realidade do american way of life como forma de vida perfeita e ideal para as pessoas.
A guerra da propaganda ideológica, até então, andava um tanto solta e o sentimento liberal de liberdade de imprensa existia em boa parte dos veículos de comunicação em países como o Brasil, por exemplo.
Aqui, na América Latina, o impacto da revolução cubana, o fracasso da invasão daquele país, o episódio da Baía do Porcos, acentuou essa necessidade e, em alguns casos, de maneira acelerada.
Foi o caso do Brasil onde o desastre Jânio Quadro ensejara o governo João Goulart e esse se inclinou para posições reformistas e uma política externa de aproximação com o chamado bloco do Leste. Mas, principalmente, abriu espaços para outro processo, o de organização popular através dos movimentos sociais.
Já em 1962 pelas mãos de Carlos Lacerda, de figuras da Igreja Católica e dos setores ultra-conservadores da antiga UDN, o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) tanto promoveram agitações visando desestabilizar o governo Goulart (mesmo sua posse tentou-se impedir), como financiaram campanhas de deputados e senadores, prefeitos e governadores identificados com o modelo norte-americano. Modelo e interesses.
A GLOBO começa a ser parte ativa de toda essa montagem, pois, dentre os compráveis, Roberto Marinho, o todo-poderoso da organização restrita até então a jornais e rádios, era o mais acessível, o amoral, o sem qualquer tipo de escrúpulo.
Foi o capital do grupo estadunidense TIME/LIFE que construiu a GLOBO. E foi com o veneno da amoralidade de Marinho que o grupo foi afastado do que hoje é a mais poderosa máquina de comunicação do Brasil.
Porta-voz da ditadura militar, em todos os sentidos, mesmo longe do "pai", o grupo TIME/LIFE, nunca se afastou dos interesses de Washington. Aliou-se às elites apátridas que saqueiam e exploram o Brasil e os brasileiros, o tipo Aracruz Celulose.
A denúncia do jornalista Rodrigo Vianna falando da cobertura parcial e desonesta do processo eleitoral de 2006 é um dos momentos em que explode a indignação de profissionais sérios, cujas consciências não permitem conviver com a mentira global ou com o jeito William Bonner de ser.
Destituído de qualquer vestígio de caráter.
O documento que Rodrigo Vianna distribuiu e a revista CARTA MAIOR(aqui) publica na íntegra, comprova que nos momentos que antecederam o primeiro turno, nos vimos ludibriados e enganados, como muitos denunciamos, por uma farsa montada nos porões globais.
A cobertura parcial, mentirosa, deliberadamente mentirosa.
É no mínimo chocante, mesmo sabendo que assim o era, sempre foi, perceber o quanto os brasileiros somos iludidos e conduzidos pela hipocrisia dos poderosos, nas imagens limpas/podres da GLOBO, ou nas personagens padrão Miriam Leitão, Alexandre Garcia.
O debate sobre a mídia não vai sair da vontade de um e outro movimento, ou intelectual, uma ou outra denúncia, se toda uma estratégia para enfrentar esse câncer não for adotada e uma luta comum ao movimento popular, em intensidade absoluta, não for organizada e travada.
A GLOBO é um tumor que dilacera a consciência dos brasileiros. Ela e outros.
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