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segunda-feira, 9 de outubro de 2006

PF não encontra indício da participação de Freud Godoy


A Polícia Federal não encontrou nenhum indício da participação do ex-assessor da Presidência da República, Freud Godoy, na compra do dossiê que envolve os tucanos José Serra, Barjas Negri e Abel Pereira na máfia dos sanguessugas.

Até mesmo o procurador do Ministério Público em Cuiabá, Mário Lúcio Avelar – que possui uma folha de serviços prestados ao PSDB - teve que reconhecer a inocência de Freud. Avelar havia, uma semana antes da eleição, pedido a um juiz de plantão a prisão de Freud, com a nítida intenção de criar factóides eleitoreiros, como denunciaram petistas e integrantes da Polícia Federal.

O nome de Freud surgiu depois que Gedimar Passos, em depoimento à Polícia Federal, afirmou que estava atuando a mando de um tal de “Freud” ou “Froude”. A Polícia Federal desconfia que Gedimar citou o nome do ex-assessor na tentativa de proteger outras pessoas, que posteriormente foram acusadas de envolvimento com a operação, como é o caso de Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso e Hamilton Lacerda.

Segundo a PF, todas as informações prestadas por Freud Godoy em seu depoimento espontâneo foram checadas e confirmadas. A perícia nos celulares de Gedimar e de Valdebran Padilha – presos em São Paulo em poder de R$ 1,7 milhão - foi concluída e revelou que todos os contatos que Gedimar teve com Freud foram em agosto, como ele havia informado.

INVESTIGAÇÕES

Novos depoimentos foram colhidos pela PF. Na última terça-feira, o empresário petista Valdebran Padilha acusou Hamilton Lacerda, afastado da coordenação campanha de Aloizio Mercadante assim que seu nome foi citado, de ter sido o portador do dinheiro entregue nas mãos de Gedimar. Ele disse que a mala que estava em poder de Hamilton quando este entrou no hotel Íbis, como mostraram as imagens do circuito interno do dia da prisão, era a mesma que continha o dinheiro aprendido. Hamilton negou que o material no interior da mala era dinheiro e disse que se tratava de um computador portátil e documentos de campanha, que ele deixou com Gedimar.

Até o momento, a PF já quebrou mais de 70 sigilos telefônicos e uma série de sigilos bancários. O inquérito já soma 531 páginas, e 14 depoimentos já foram tomados. Ao mesmo tempo, a Polícia Federal também prossegue nas investigações para apurar as relações do ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB), e do empresário Abel Pereira com a máfia das ambulâncias. A PF já descobriu que Abel – acusado pelos Vedoin de ser o operador de Barjas junto aos sanguessugas – esteve em Cuiabá e tentou fazer contato telefônico com os donos da Planam. A PF tem informações que Abel ofereceu R$ 4 milhões aos Vedoin pelas provas do seu envolvimento com a quadrilha.

Renata F.

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