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sábado, 23 de setembro de 2006

Mídia prejudica Lula e favorece Alckmin


Uma análise da cobertura política e eleitoral de cinco grandes jornais do país constatou que o presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva já vinha com uma exposição muito negativa mesmo antes do "dossiê Serra".

Ao fechar um relatório sobre a cobertura das eleições presidenciais nos jornais O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Correio Braziliense durante 11 semanas --de 6 de julho a 15 de setembro--, o Observatório Brasileiro de Mídia constatou desigualdade no tratamento das candidaturas, com uma exposição muito negativa de Lula em contrapartida a um tratamento mais positivo dispensado ao candidato tucano Geraldo Alckmin.

O período analisado termina justamente no dia 15 de setembro, quando estoura o dossiê,a análise não considera, portanto, a avalanche de matérias negativas à candidatura de Lula depois do caso.Nas cinco semanas anteriores ao escândalo, o percentual de matérias negativas à candidatura de Lula foi sempre superior a 50 por cento."Poderia parecer um paradoxo, já que nesse período as pesquisas consolidam a vitória de Lula no primeiro turno", argumenta Kjeld Jacobsen, coordenador do Observatório de Mídia.

"Mas temos que considerar que, à medida que aumenta a quantidade de matérias e como elas são sempre percentualmente mais negativas a Lula, o resultado se explica", complementa.O relatório mostra que o candidato Lula foi o que teve o maior número de reportagens publicadas a seu respeito, ficando sua candidatura mais exposta que as demais.A qualidade dessa exposição é que se revela desvantajosa para o candidato do PT, com um percentual de matérias negativas sempre superior às positivas.A análise dos gráficos permite verificar que o presidente Lula teve uma exposição até pior que o candidato Lula durante as 11 semanas.

"Esse é o preço por exercer as duas funções simultaneamente", diz Jacobsen, considerando que o presidente fica mais susceptível a ataques pela dificuldade de separar as condições de chefe do Executivo e de candidato.O Observatório ainda não fechou a primeira semana após o dossiê, mas fez um relatório especial, na quarta-feira, analisando apenas aquele dia nos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e o Globo.

Das 97 matérias publicadas, 70 referiam-se à candidatura de Lula e 65,7 por cento eram negativas.O Observatório Brasileiro de Mídia é uma organização de pesquisa e análise da atuação dos meios de comunicação associada a Media Watch Global.

Helena

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