Com direito ao maior movimento exportador já registrado em um único dia no país, com vendas de US$ 1,1 bilhão no dia 30, a balança comercial brasileira bateu recordes em junho, mas manteve a tendência verificada desde o início do ano de uma maior aceleração das importações que das exportações. Sinal de que o dólar mais barato continua incentivando as compras externas. O governo se mostrou surpreso com o bom resultado das vendas externas, que somaram US$ 60,9 bilhões nos primeiros seis meses do ano, 13,5% a mais do que no primeiro semestre de 2005. Tanto que já se cogita uma reavaliação das metas de 2006.
“Vamos ver ainda os números com detalhes, numa avaliação de 54 setores e, a partir disso, fazer uma reprojeção das exportações e do saldo no ano”, afirmou ontem o ministro Luiz Fernando Furlan. Ele adiantou, porém, que o saldo comercial deve continuar “ao redor de US$ 40 bilhões”. A previsão das exportações, por enquanto, é de US$ 132 bilhões.
O saldo do ano passado, ou seja, a diferença entre exportações e importações, foi de US$ 44 bilhões, mas já era esperada uma redução deste valor, especialmente pela valorização do real frente ao dólar, o que favorece as compras. E, de fato, as importações continuam em crescimento mais acelerado — enquanto as exportações aumentaram 13,5% no semestre, as compras cresceram 21,6%.
Nas importações também sobram recordes, tanto em junho (US$ 7,3 bilhões) quanto no acumulado (US$ 41,3 bilhões) e já é perceptível o efeito do câmbio, com um crescimento de 36,5% nos bens de consumo. Destaque para automóveis, especialmente provenientes do México e da Argentina, que cresceram 173,7% em relação ao primeiro semestre de 2005. Combustíveis e lubrificantes (93,8%) e artigos de vestuário (73,6%) também ajudaram no resultado. “Parece que havia uma demanda reprimida, e com o câmbio favorável fica mais barato fazer a importação”, acredita o secretário Meziat.
Helena
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