O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu, por unanimidade, em 0,5 ponto percentual os juros básicos da economia, reduzindo a taxa Selic de 15,75% para 15,25% ao ano. Com a decisão os juros básicos da economia atingem o menor nível desde janeiro de 2001. É a taxa mais baixa fixada pelo Copom desde 1999, quando foi implantado o sistema de metas. A redução de ontem foi a oitava seguida. De setembro para cá os juros caíram 4,5 pontos percentuais.
O corte de 0,5 ponto percentual na taxa era o mínimo aceitável pelas alas menos conservadoras do governo. O clima poderia azedar entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC) caso a redução ficasse abaixo desse patamar. A hipótese de uma queda muito pequena ou nula da Selic ganhou força nos últimos dias, diante do quadro turbulento da economia mundial, do qual o Brasil não escapou. No entanto, aparentemente prevaleceu a leitura que o nervosismo é passageiro e por isso não deve pautar as decisões do governo.
Apesar de que no Ministério da Fazenda, a leitura às vésperas da decisão do Copom era de que o corte teria condições de ser até maior do que 0,5, podendo chegar a 1 ponto, analistas de mercado consideraram a decisão do Comitê coerente e acertada. Segundo o economista-chefe da Mandarim Gestão de Ativos, Eduardo Velho, o corte de 0,5% ficou dentro do esperado. “A decisão foi consistente e de acordo com a ata da reunião anterior, (que sinalizava que os juros cairiam com mais parcimônia).”
Velho acha que o Banco Central está fazendo dois monitoramentos para tomar essas decisões. Um diz respeito à política monetária mais apertada nos países do G-7, sobretudo no EUA, e sobre a qual não se sabe qual será intensidade do aumento dos juros. “Isso reduz o espaço de liberdade da política monetária no curto prazo”. O outro, segundo ele, é o do PIB. E, na opinião do economista, o crescimento acima do que o mercado esperava também foi motivo para a redução do ritmo de queda da Selic. A elevação do PIB é um indicativo de que a economia está mais aquecida e pode gerar inflação.” Para Velho, apesar da inflação estar controlada, o BC demonstrou que está atento às pressões da demanda. “O movimento do mercado nas últimas semanas é outro fator que respalda a posição mais conservadora do Copom. O BC tem que ser mais cauteloso. A decisão foi positiva”, concluiu
Helena
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