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sexta-feira, 16 de junho de 2006

Brasileiros ganham prêmio contra a fome


Dois brasileiros e um americano ganharam ontem o World Food Prize, prêmio que homenageia quem ajuda a melhorar a qualidade e aumentar a quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo. É a primeira vez em que há três vencedores, em 20 anos de premiação. Eles foram apontados como os responsáveis pela transformação da estéril região do cerrado brasileiro num dos mais produtivos celeiros do mundo.

Dividirão o prêmio de US$ 250 mil o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, o engenheiro agrônomo Edson Lobato, ex-diretor técnico do Centro de Pesquisas do Cerrado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e o engenheiro agrônomo americano A. Colin McClung. A cerimônia será em outubro, nos EUA.

— Graças a eles o cerrado, que em 1955 tinha dois mil hectares férteis para lavoura, hoje conta com 40 milhões de hectares em plena produção — disse Kenneth M. Quinn, presidente da World Food Prize Foundation, que mandou uma mensagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: — Independentemente do resultado da Copa do Mundo de futebol, o Brasil já venceu a Copa do Mundo contra a fome.

Os brasileiros disseram que muito precisa ser feito para garantir a produtividade e a competitividade no cerrado. Paulinelli apontou a falta de recursos, de políticas públicas e de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Lobato destacou as dificuldades para a transferência de tecnologia na produção de grãos:

— A pressão econômica é grande, não há lugar para amadorismo.

Lobato, hoje consultor, desenvolveu pesquisas na área de fertilidade do solo do cerrado. Chefiou o Centro de Cerrado da Embrapa de 1981 a 84 e de 1995 a 96. Seu trabalho tinha como ponto forte a adubação e a recuperação de solos pobres, como o daquela região.

Responsável pela criação da Embrapa (órgão de pesquisa reconhecido mundialmente, vinculado ao Ministério da Agricultura), Paulinelli, que completa 70 anos mês que vem, foi secretário de Agricultura de Minas de 1971 a 1974, quando assumiu o ministério. Filho de agrônomo, neto e bisneto de agricultores, foi professor da Universidade de Agricultura de Lavras (MG). Para ele, a aposta para o país é a alternativa da bioenergia.

— Através do setor agrícola é que vamos fortalecer o país.


Helena

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