Os atentados promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) causaram estrago na candidatura presidencial do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A constatação é o dado mais importante da nova rodada da pesquisa eleitoral feita pelo instituto Sensus para a Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa trouxe uma série de más notícias para o tucano. Para 50,1% dos entrevistados, a onda de atentados prejudica a campanha presidencial dele. Ele viu aumentar a diferença que o separa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a pesquisa, se as eleições fossem hoje, Lula teria chances concretas de vencer a eleição no primeiro turno.
O Sensus fez cinco simulações diferentes de cenários eleitorais. Alguns estão descartados, como as candidaturas de Itamar Franco ou José Alencar à presidência da República. Outros refletem possibilidades reais. Na simulação em que aparece o nome de Anthony Garotinho como candidato do PMDB, Lula tem 40,5% das intenções de voto. A diferença entre ele e Alckmin subiu de 17 para 22 pontos percentuais desde a pesquisa anterior, feita em abril. A soma de todos os candidatos de oposição é de 36,2%, o que indicaria a vitória do presidente em primeiro turno. Sem a candidatura do PMDB, as chances de uma definição em primeiro turno crescem muito. Num quadro sem Garotinho, os candidatos de oposição somam 33,7% das intenções de voto, enquanto Lula chega a 42,7%.
As entrevistas foram feitas entre 18 e 21 de maio, em pleno rescaldo da onda de ataques detonada pelo PCC, e 84,1% dos entrevistados disseram ter conhecimento dos atentados. A pesquisa tem uma contradição. Entre os eleitores que disseram ter acompanhado as notícias sobre os atentados, 35,4% disseram que “o principal responsável pela segurança pública em geral” é o governo federal e outros 35% responderam que a responsabilidade é compartilhada entre União, estados e municípios. Mesmo assim, não foi feita nenhuma pergunta sobre os efeitos da violência em São Paulo sobre a imagem do presidente Lula.
Outra má notícia para Alckmin foi o aumento da rejeição ao nome dele. Em abril, 33,5% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Depois dos ataques do PCC, a rejeição subiu para 40,6%. Em outras pesquisas, os tucanos já reclamaram dos critérios usados pelo instituto Sensus para medir a rejeição aos candidatos.
Dois países
TEM TORCEDOR COM MEDO DA ARGENTINA
Acredite se quiser, mas segundo a pesquisa Sensus, 1,1% de brasileiros acham que a Argentina vai ganhar a Copa. Parece pouco, mas se aplicado a uma população de 186 milhões, significa que pode haver mais de dois milhões de pessoas no país que consideram Tevez e seus companheiros favoritos. Mas a maioria está otimista: 79,8% acreditam na seleção. Para 53%, a conquista do título não ajudará Lula.
Líder também no Datafolha
A pesquisa Datafolha, divulgada ontem à noite pela TV Globo, também aponta a possibilidade de vitória do presidente Lula no primeiro turno, em todos os cenários. Esta tendência fica mais clara se o PMDB não tiver candidato a presidente da República, como deseja o Palácio do Planalto. Neste cenário, o presidente tem 45% das intenções de voto, contra 22% do segundo colocado, o tucano Geraldo Alckmin. Somados, os candidatos de oposição chegam a 37% dos votos.
Lula poderia vencer no primeiro turno mesmo se o PMDB tiver candidato, mas neste caso a disputa entre ele e todos os outros candidatos ainda está dentro da margem de erro da pesquisa. No cenário em que o PMDB é o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, Lula tem 43% contra 41% dos adversários. Nesta simulação, Alckmin tem 21%, Garotinho 7% e Heloísa Helena (PSOL) 6%.
A queda de Garotinho é a grande novidade no Datafolha. Em abril, antes de fazer greve de fome contra as denúncias que sofreu da imprensa, ele tinha 15%. A pesquisa também mostra que nenhum outro candidato do PMDB consegue decolar. O ex-presidente Itamar Franco obteve 6% dos votos e o senador Pedro Simon (RS) não passou de 2%.
Ao contrário da Sensus, a pesquisa Datafolha não mostra queda na candidatura Alckmin, mesmo depois dos atentados do PCC. Os índices dele continuam estáveis em relação à pesquisa de abril em todas as simulações. A desvantagem dele em relação ao presidente Lula aumenta entre dois e três pontos percentuais em relação à última pesquisa, mas ainda dentro da margem de erro da pesquisa. O Datafolha foi a campo nos dois últimos dias, enquanto a Sensus fez sua sondagem na semana passada.
Helena
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