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terça-feira, 23 de maio de 2006

Câmara fecha as portas para Marcola


Em meio à informação de que o PCC articulava um atentado ao Congresso, parlamentar determina que líder da facção criminosa “seja ouvido em outro lugar”. Legislativo decide adotar novas medidas de segurança


Apesar de negar que o Congresso Nacional tenha sido alvo de ameaças do Primeiro Comando da Capital (PCC), o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), quer o principal líder da facção criminosa bem longe do Legislativo. Preocupado com questões de segurança, Aldo Rebelo jogou ontem um balde água fria nos integrantes da CPI do Tráfico de Armas e proibiu que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, venha a Brasília para prestar depoimento na Câmara. “Eu determinei que ele seja ouvido em qualquer outro lugar”, afirmou Rebelo. “Julgo não ser apropriado para a segurança dos deputados, servidores e visitantes”, justificou.

A decisão de proibir a entrada de Marcola no Congresso foi anunciada por Aldo Rebelo em meio à informação de que o Legislativo seria o próximo alvo do PCC, revelada ontem pelo Correio. A possível investida da facção criminosa seria justamente uma reação à convocação do bandido. A informação foi interceptada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na sexta-feira passada e levou as polícias Federal, Civil e Militar do DF a realizaram uma varredura no Congresso durante o fim de semana.

Ontem, Câmara e Senado decidiram reforçar a segurança. “Vamos colocar 11 detectores de metal nas quatro principais entradas do Senado”, avisou o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Na Câmara, a ordem é aumentar a vigilância das audiências públicas. Todos que passarem hoje pela CPI do Tráfico de Armas, onde vão depor os advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado, acusados de comprar a gravação de uma sessão sigilosa para o PCC, terão que se submeter ao detector.

“Do jeito que eles são ousados, não duvido nada que tentassem mesmo contra o Congresso. Iria ser uma demonstração de força do PCC. Eles ganhariam uma conotação política”, afirmou o deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP). “Eu só sei de uma coisa: depois dos ataques deles em São Paulo ninguém pode mais subestimar esses bandidos. São capazes de qualquer coisa e já provaram isso”, alertou o ex-governador de São Paulo.


Helena

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