Alguém já observou que os capitalistas brasileiros defendem um capitalismo singular: a privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos. Foi assim no caso do Proer, quando o governo FHC usou dinheiro público para sanar as finanças de bancos privados. É assim quando qualquer grande empresa se vê em apuros e a primeira coisa que faz é recorrer aos cofres do bom e velho BNDES atrás de empréstimos a juros camaradas em prestações a perder de vista. A mesma fórmula é defendida agora no caso da Varig. Os "formadores de opinião", em especial os que atuam no Rio Grande do Sul, defendem o aporte de dinheiro público para salvar a companhia da falência. Por público entenda-se aquele que é o meu, o seu, o nosso dinheiro arrecadado através de impostos.
Mas reconheça-se que não são só os gaúchos - movidos muitos por um ingênuo sentimento bairrista, outros por sentimentos nem tão ingênuos assim – que defendem a intervenção do Estado na Varig. O teatrólogo e dublê de comentarista econômico Gerald Thomas, por exemplo, também advoga a solução fácil do dinheiro do povo para salvar a Varig.
Ora, ora, ora. É comovente a preocupação do teatrólogo com os milhares de funcionários que ficarão sem emprego. Mas não desperdice suas lágrimas, pois, mesmo assim, eles certamente estarão em melhores condições do que os milhões de sem-terra que vagam por esse país através dos tempos sem despertar a mesma compaixão.
O teatrólogo também não faz nenhuma crítica à administração ruinosa da Fundação Rubem Berta, a principal responsável pela situação deplorável em que se encontra a companhia aérea. Muitos menos menciona os desperdícios que foram cometidos durante anos na administração da Varig – uma socialite promovia festas suntuosas no Rio de Janeiro com "caviar da Varig" (desviado da companhia, bem entendido). Certamente, Thomas deve ter participado de alguns desses rega-bofes dos bons tempos.
Nos EUA quando uma empresa vai mal das pernas por má-administração, o governo não intervém. Deixa que o mercado, tão incensado por "pensadores" como Gerald Thomas, decida o seu destino. Se tiver que quebrar, quebra. Por que aqui deve ser diferente? Aliás, porque esses artistas que mamaram nas tetas da companhia no tempo das vacas gordas, através de subsídios para seus projetos artísticos, não a socorrem agora? Que façam shows e exposições reivindicando a ajuda de empresas privadas para a companhia.
Mas deixem o dinheiro público em paz.
Jens
Mas reconheça-se que não são só os gaúchos - movidos muitos por um ingênuo sentimento bairrista, outros por sentimentos nem tão ingênuos assim – que defendem a intervenção do Estado na Varig. O teatrólogo e dublê de comentarista econômico Gerald Thomas, por exemplo, também advoga a solução fácil do dinheiro do povo para salvar a Varig.
Ora, ora, ora. É comovente a preocupação do teatrólogo com os milhares de funcionários que ficarão sem emprego. Mas não desperdice suas lágrimas, pois, mesmo assim, eles certamente estarão em melhores condições do que os milhões de sem-terra que vagam por esse país através dos tempos sem despertar a mesma compaixão.
O teatrólogo também não faz nenhuma crítica à administração ruinosa da Fundação Rubem Berta, a principal responsável pela situação deplorável em que se encontra a companhia aérea. Muitos menos menciona os desperdícios que foram cometidos durante anos na administração da Varig – uma socialite promovia festas suntuosas no Rio de Janeiro com "caviar da Varig" (desviado da companhia, bem entendido). Certamente, Thomas deve ter participado de alguns desses rega-bofes dos bons tempos.
Nos EUA quando uma empresa vai mal das pernas por má-administração, o governo não intervém. Deixa que o mercado, tão incensado por "pensadores" como Gerald Thomas, decida o seu destino. Se tiver que quebrar, quebra. Por que aqui deve ser diferente? Aliás, porque esses artistas que mamaram nas tetas da companhia no tempo das vacas gordas, através de subsídios para seus projetos artísticos, não a socorrem agora? Que façam shows e exposições reivindicando a ajuda de empresas privadas para a companhia.
Mas deixem o dinheiro público em paz.
Jens
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