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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Senado aprova trem da alegria


Na semana passada, o Senado aprovou projeto que renegocia as dívidas agrícolas de produtores rurais da região do Nordeste. Deram quatro anos de carência e 25 anos para pagar dívidas com taxas de juros em muitos casos até negativas. O exercício de oportunismo em ano eleitoral praticado pelos senadores vai causar um rombo nos cofres públicos de R$ 16,7 bilhões.



Imaginem o quanto não poderia ser feito em termos sociais com esse dinheiro.

Ao contrário do que possa pensar um cidadão de boa vontade, o projeto dos senadores não tem como alvo principal a agricultura familiar e pequenos produtores prejudicados pela sorte e pelo tempo (o que seria compreensível, apesar de injusto – afinal se eu, como contribuinte ou devedor me esforço para quitar um imposto ou dívida, por que outra pessoa, do meu lado, pode ser anistiada ou beneficiada?). Acontece que desse total, 519 nomes respondem por R$ 6 bilhões. São aproveitadores, gente que usou mal o dinheiro público, gente que não paga porque sabe que não será punida, pois sempre haverá políticos dispostos a colocar nos trilhos um trenzinho da alegria para renegociar as dívidas e postergar os pagamentos, transferindo-os para as calendas gregas.

Desde o começo o Planalto tentou evitar que o projeto fosse a votação e, agora, prometeu vetá-lo. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), já avisou que será essa atitude de Lula e justificou: "Para o governo isso é inaceitável e esse gasto é incompatível com as contas públicas".

Jens

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