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quinta-feira, 10 de junho de 2010

O nome disso não é dossiê, é patrimonialismo demo-tucano

Se a Cia. Vale do Rio Doce fosse estatal em 2001, a empresa do genro de José Serra (PSDB/SP), Alexandre Bourgeois, teria que competir em condições de igualdade com outras empresas para vencer uma licitação. Como foi privatizada, funcionou a rede social, onde diretores das empresas, políticos, investidores abrem as portas, uns aos outros, para negócios comerciais diretos.

José Serra (PSDB/SP), quando ministro do planejamento, incluiu a Vale do Rio Doce no programa de privatização, e foi ardoroso defensor de levá-la a leilão, conforme disse o próprio FHC em entrevista.

Como se sabe, a empresa foi avaliada e vendida a preço de banana. O caso rende processo até hoje (nº 1999.39.00.007303-9, no TRF1), onde FHC é réu, devido à fraude de sub-avaliação das reservas minerais.

O que foi péssimo para a maioria dos brasileiros, que perderam seu patrimônio nacional, abriu um lucrativo filão de negócios para o genro de Serra.

De acordo com esta reportagem abaixo, a empresa iConexa, cujo presidente e um dos sócios majoritários era o genro de Serra, tinha como cliente a Vale. Já privatizada, não precisava concorrer com outros em uma licitação. Era negociação direta, por livre decisão da diretoria da Vale.

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É preciso lembrar também o contexto da época: no ano de 2001, o sogro José Serra (PSDB/SP), era o poderoso ministro da Saúde de FHC e pré-candidato a presidente nas eleições de 2002.

Uma empresa novata no mercado, já tinha como sócio o Unibanco, recebia aportes de US$ 1,5 milhão, de investidores estrangeiros (Fundo Penguin e Pegasus), e tinha como cliente a maior empresa privatizada nacional, coincidentemente privatizada pelo sogro José Serra.

Detalhe: O Fundo Penguin tinha entre seus principais acionistas, Verônica Serra, filha de José Serra.

A privataria demo-tucana brasileira mostrou um lado sombrio: o patrimonialismo "moderno".

Patrimonialismo é quando o governo usa o dinheiro público para interesses privados.

A privataria foi um dos maiores casos de patrimonialismo brasileiro. O patrimônio nacional não foi apenas usado em interesse privado, ele foi transferido de uma vez por todas para as mãos privadas.

Diretores do Banco Central, do BNDES, da equipe econômica, políticos e parentes, no governo FHC, passaram para o outro lado do balcão, viraram diretores, acionistas e fornecedores das empresas privatizadas. Fortunas gigantescas foram feitas em pouquíssimo tempo.

O filho de FHC circulou pela diretoria de empresas privatizadas, e de ONG's sustentadas por empresas privatizadas. O próprio instituto FHC tem entre seus grandes financiadores empresas privatizadas ou seus acionistas. O ex-genro de FHC foi nomeado para a poderosa ANP (Agênca Nacional do Petróleo), na época.

A filha e o genro de Serra também se beneficiaram da rede de relações pessoais herdada do pai (e sogro), para abrir as portas dos contatos, investimentos e contratos, junto aos grandes vencedores da privataria.

Se houve corrupção ou tráfico de influência nestas transações é assunto que o Ministério Público deve ou deveria estar vendo (se não foi engavetado), mas independente da questão legal, sobra a questão ética e política: o inegável patrimonialismo demo-tucano na privataria.

Em tempo: antes que a tropa de choque demo-tucana venha com o trolóló de dossiê, não tem nada de secreto, nem de vida pessoal de ninguém. O assunto vem da reportagem da Computerworld, de junho de 2001, uma revista de notícias e negócios na área de informática.

2 Comentários:

RICARDO disse...

ISTO TEM QUE IR A PUBLICO.
TEM QUE HAVER PRESSAO POPULAR PARA QUE JUDICIARIO TOME AS DEVIDAS PROVIDENCIAS, POIS ISSO E UM ASSALTO A NACAO.
CADE A MOBILIZACAO?
PAU NELES!!!!

Reg disse...

E o TCU o que "determinou" nesta venda?
Deveriam também ter sido inquiridos em CPI pela omissão nesta venda criminosa do patrimônio do Estado brasileiro.

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