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sábado, 15 de novembro de 2008

PF identifica lavagem de dinheiro em fazenda de Daniel Dantas no Pará

Um novo relatório foi encaminhado na semana passada ao juiz Fausto De Sanctis, a partir das recentes perícias feitas pela Polícia Federal, em continuidade à operação Satiagraha.

Agora presidido pelo delegado Ricardo Saadi, foram encontrados indícios de uso da fazenda e empresa agropecuária que Daniel Dantas possui no Pará para lavar dinheiro.

Segundo o relatório da PF:

- Dantas tinha cerca de US$ 800 milhões num fundo de investimentos nas Ilhas Cayman.

- Para esquentar parte desse dinheiro no Brasil, ingressado ilegalmente, o banqueiro teria utilizado criação de gado na Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, como atividade de fachada.

Em 3 anos, a empresa agropecuária de Dantas se tornou dona do maior rebanho do mundo, com estimativas de 500 mil cabeças de gado, de acordo com Dantas, ou um milhão, segundo o mercado.

Especialistas da Polícia Federal dizem que a criação de gado é uma das melhores formas para se lavar dinheiro. O empresário inventa o nascimento de novilhos, o que é impossível de ser checado. Depois disso, simula a venda desse suposto gado novo, esquentando dinheiro sem origem, que teria vindo de um paraíso fiscal.

- apontou também gestão fraudulenta do Banco Opportunity, devido a remessas ilegais para o Opportunity Fund, nas Ilhas Cayman, e aos empréstimos feitos pelo banco às empresas de Dantas.

A PF ainda não conseguiu quebrar os códigos de acesso aos discos rígidos apreendidos pela Operação Satiagraha em julho, e deve concluir o inquérito apenas no próximo ano.

Em tempo: posteriormente escreverei sobre o delegado Protógenes Queiróz. Há muitas informações pouco confiáveis e deturpadas sendo publicadas no PIC/PIG.

A princípio, o inquérito da Satiagraha prossegue seu curso normalmente presidido delegado Ricardo Saadi, e caminha corretamente atendendo às expectativas. Segue o caminho do dinheiro, em direção a punir a organização criminosa de Dantas, a partir da perícia do material recolhido na Satiagraha.

Os problemas na PF envolvendo o delegado Protógenes Queiróz são inquéritos judiciais à parte envolvendo os tais grampos não autorizados, se é que houveram mesmo, e inquéritos administrativos dentro da PF sobre vazamentos de informações (com Protógenes ora sendo investigado e ora sendo denunciante), além de apurar eventuais abusos de autoridade com participação da ABIN, se é que realmente houveram.

Protógenes e Paulo Lacerda claramente estão sofrendo vingança de antigos desafetos que foram alcançados por operações da PF na gestão de Paulo Lacerda, inclusive o juíz Ali Mazloum, um dos investigados e acusados na Operação Anaconda. Por uma questão de ética deveria se declarar incompatibilizado com o processo, repassando à outro juiz neutro, sem motivação pessoal contra Paulo Lacerda.

Protógenes conta com o apoio do Ministério Público para conseguir justiça, mas se tiver cometido ilegalidades, por mais nobres que foram suas intenções, e por mais que os fins justifiquem os meios, sua situação fica insustentável.

Qualquer autoridade, seja do governo Lula (poder executivo), seja do Ministério Público, que tentar encobrir ilegalidades, cairá junto, por mais injusto que seja. Justiça de verdade e legalidade nem sempre andam juntas.

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