É pena que tem muita gente boa confundindo trabalho de polícia com política.
Política é importante argumentar e defender as idéias o tempo todo publicamente.
Polícia, se ligar a sirene antes da hora, o criminoso foge ou desfaz o flagrante.
É assim, trabalhando em sigilo, que a investigação policial sobre Dantas chegou até aqui, e continua produzindo resultados.
A Polícia Federal já vê indícios suficientes para enquadrar Daniel Dantas em crime de lavagem de dinheiro.
A base da apuração que mira o controlador do Grupo Opportunity é o inquérito produzido pelo delegado Protógenes Queiroz, que já indiciou Dantas por gestão fraudulenta e a ele atribuiu o papel de chefe de organização criminosa.
A força tarefa da PF que continua o inquérito Satiagraha tem larga experiência em investigações dessa natureza. Essa equipe passou as últimas duas semanas ocupada com o que chama de radiografia completa da trajetória do banqueiro, desde o início de suas atividades, na Bahia, suas vinculações políticas e ligações com o grupo do senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007. Além do crime de lavagem, Dantas deverá ser indiciado por formação de quadrilha.
A convicção sobre o crime de lavagem de dinheiro se confirmou a partir da leitura de um HD recolhido no dia 8 de julho, na operação Satiagraha.
Duzentos HDs/CDs e meia tonelada de documentos foram apreendidos, e os peritos da PF pretendem analisar detidamente papéis bancários e contábeis, que estão sendo submetidos a uma perícia técnica.
A PF avalia que ainda não é hora de intimar Dantas.
Antes dele serão chamados para depor funcionários do Opportunity, pessoas de confiança do banqueiro e outras que podem colaborar com o inquérito.
Os federais consideram que identificaram passo a passo operações sob comando de Dantas que caracterizam todas as três etapas do crime de lavagem de dinheiro.
A primeira se deu com a criação de empresas de fachada, cerca de 150, operando sob o mesmo teto do Opportunity.
A segunda fase teria consistido na dissimulação de valores para dificultar o rastreamento - por meio do Opportunity Fund, offshore registrada no paraíso fiscal de Ilhas Cayman, onde o banqueiro movimentou US$ 1,9 bilhão supostamente sem comunicação às autoridades fiscais brasileiras.
A última etapa da lavagem de dinheiro, segundo a PF, ocorreu com a integração ou incorporação do dinheiro em ações e negócios aparentemente lícitos.
Como se vê, a PF sabe o que faz e como faz. Os procuradores da República estão acompanhando os trabalhos, e jamais aceitariam que a PF lhes servisse uma pizza.
Políticos e jornalistas que querem agir como corregedores da PF, deveriam entender o trabalho que está sendo feito primeiro (os de boa-fé, porque os de má-e fazem isso de propósito, para atrapalhar e denegrir a instituição).
(Com informações da Agência Estado).
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