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terça-feira, 1 de julho de 2008

O bicho-papão da inflação

Não se pode brincar com a inflação e tem que fazer o que governo está fazendo: agir e reagir quando ela sobe para mantê-la sob controle.

Mas não há qualquer motivo para esse terrorismo que o PIG anda fazendo. É mais interesse eleitoreiro para desgastar o governo.

A inflação está mais para bicho-papão do que para dragão.

A meta de inflação do Banco Central para este ano é entre 2,5% e 6,5%. O ideal seria a média: 4,5%. Mas ficando dentro da meta, é pleno sucesso. Ainda que saísse pouco da meta, não seria nenhum desastre.

A previsão dos Bancos privados deste ano é de 6,30%. Dentro da meta.

A FIPE (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) da Universidade de São Paulo (USP), estima em 5,85%. Dentro da meta.

O mais preocupante hoje, é a inflação nos preços por atacado, e não preço ao consumidor final. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa passou de 10,36% para 11%.

O preço por atacado nem sempre consegue ser repassado totalmente ao consumidor a curto prazo, pois reduz vendas. É o caso dos aluguéis: inquilinos irão negociar com os proprietários, principalmente aqueles que não tiveram aumentos salariais igual ao reajuste .

E dentro de até uns 8 meses é praticamente certo desta inflação no atacado cair, com as medidas que estão sendo tomadas hoje. O próprio presidente Lula afirmou isso na entrevista ao canal de TV Bloomberg.

É exatamente como ocorreu em 2004 a partir do meio do ano, na época de Palocci: este índice por atacado também manteve-se acima de 10% até parte do primeiro semestre de 2005.
O Banco Central teve que voltar a aumentar os juros que estavam em queda. Alguns meses depois a inflação abaixou, e os juros voltaram a cair.

O PIG não fez esse terrorismo todo em 2004, porque naquela época eles estavam falidos, e puxavam o saco do governo, para ver se conseguiam o PROMÍDIA (uma espécie de PROER para socorrê-los como dinheiro público). Lula não deu dinheiro nenhum e a única concessão da base governista foi alterar no Congresso a lei que permitia a venda de 30% das empresas a estrangeiros. Foi aí que a Abril vendeu para a Nasper da África do Sul, e a Globo vendeu a NET (TV cabo) para Carlos Slim do México, e se salvaram da falência. Depois disso, eles quiseram derrubar o governo, para voltar a ter acesso ao dinheiro público que tinham na época demo-tucana, e fazem essa campanha terrorista agora.

A inflação de antigamente era provocada por emissão de moeda pelo governo e endividamento para cobrir rombos, coisa que o governo Lula não faz.

Hoje, tem dois fatores que pressionam a inflação: os brasileiros estão ganhando melhor e consumindo mais (como em 2004), e a subida dos preços internacionais do petróleo, alimentos, ferro, fertilizantes, etc, que é um desafio novo.

A inflação mundial atinge as principais economias. Segundo o banco de investimento Morgan Stanley, nada menos que 53 países, quase todos nos mercados emergentes, terão taxas de inflação acima de 10% em 2008. Isso, na prática, significa que a alta nos preços atingirá 42% da população mundial.

Na Índia, a inflação de 11% em junho foi a maior em 13 anos. Em Nova Déli e em Pequim, o governo foi obrigado a aumentar os subsídios à energia para impedir que a conta do consumidor explodisse. Mesmo assim, a China já aumentou em 17% o preço da gasolina apenas em junho.

Na Europa, as taxas de inflação são as maiores nos últimos 16 anos.

Bancos Centrais dos principais países do Mundo, inclusive o do Brasil, estiveram reunidos na Suíça para proporem soluções conjuntas de alcance global. Os EUA e o Banco Central Europeu estudam aumentar suas taxas de juros para impedir que preços especulativos do petróleo continuem pressionando a inflação de lá.

Por todos esses fatores, não existe mais a figura de uma equipe econômica fazendo pacotes econômicos no Brasil.

Hoje, a inflação é administrada no dia a dia. Quando a inflação ameaça, o Banco Central aumenta a taxa de juros Selic, que todos nós detestamos, mas pior seria não conter a inflação. Foi assim em 2004-2005 e deu certo.

O Ministério da Fazenda aperta o crédito quando há aumento de preços por excesso de consumo. O Ministério do Planejamento aumenta o superávit, controlando os gastos do governo. O Ministério do Desenvolvimento articula como aumentar a produção da indústria para suprir o consumo maior.

Três Ministérios, o da Agricultura, o da Pesca, e o da Reforma Agrária, injetam recursos no aumento da produção de alimentos, conforme o plano Safra da nota abaixo.

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